Clínica suíça de morte assistida causa revolta em família britânica
- Monica Stahelin
- 28 de mar.
- 3 min de leitura

Uma clínica suíça de morte assistida voltou a estar no centro de uma controvérsia, após uma mulher britânica, Anne, de 51 anos, falecer de forma secreta, sem que sua família fosse previamente informada. A clínica Pegasos, localizada em Basileia, na Suíça, já havia prometido notificar os familiares antes de proceder com a morte assistida, mas, no caso de Anne, não cumpriu com essa promessa.
Morte de Anne desperta indignação na família
A família de Anne, residente no País de Gales, pensava que ela havia viajado para a Suíça de férias em janeiro, até que começaram a receber cartas de despedida enviadas de lá. Em uma das mensagens, Anne escreveu: "Se estás a ler isto, já não estou aqui." Nas cartas, ela revelou que a decisão de pôr fim à sua vida estava relacionada com a dor e a saudade do filho falecido. "Eu não aguento mais envelhecer sem o meu filho", declarou Anne.
Após alguns dias de busca, a família confirmou, através da clínica Pegasos, que Anne tinha realmente realizado o procedimento de morte assistida. A Pegasos informou aos familiares que Anne "escolheu morrer", argumentando que ela se sentia "sozinha" e "supérflua" e que não queria mais envelhecer.
Publicidade
Promessa quebrada pela Pegasos gera revolta
A situação lembra um caso anterior, em que a clínica Pegasos havia prometido notificar as famílias antes de realizar a morte assistida de seus entes queridos. Judith Hamilton, mãe de Alastair, um britânico de 47 anos que também morreu na clínica sem que sua família fosse informada previamente, havia confrontado o proprietário da Pegasos, Ruedi Habegger, sobre a falta de comunicação. No caso de Anne, o irmão de Anne, John, afirmou que nunca foi contatado pela clínica antes da morte de sua irmã.

A promessa não cumprida gerou grande revolta na família de Anne, que considera a atitude da clínica cruel e irresponsável. "Como é possível que eles pensem que têm o direito de fazer isso sem nos contactar?", questionou John, indignado.
Política da Pegasos em relação à morte assistida
A Pegasos, em resposta, afirmou que segue rigorosamente as leis suíças e que sempre tenta garantir que as pessoas assistidas estejam cientes de que seus entes queridos estão informados sobre os planos de morte assistida. No entanto, a clínica admitiu que, recentemente, houve situações em que as famílias não foram notificadas adequadamente.
A questão levanta um debate sobre a ética da morte assistida e os direitos dos familiares em ser informados sobre a decisão de seus entes queridos, especialmente quando estas decisões são tomadas sem um diagnóstico terminal. A Suíça, um dos poucos países onde a morte assistida é legal, continua sendo um destino popular para quem busca esse serviço, mas as controvérsias sobre a comunicação com as famílias têm levantado questões importantes sobre os protocolos das clínicas que oferecem esse serviço.
O futuro da morte assistida
A morte assistida está sendo discutida em vários países, e a Grã-Bretanha está a caminho de legalizar a prática, após uma votação favorável no Parlamento. Enquanto isso, a clínica Pegasos continua a ser um dos principais centros para "turismo suicida" na Suíça, o que levanta questões sobre a regulamentação e as condições para a prática em nível internacional.
Com o debate sobre a morte assistida ganhando força, a comunidade internacional aguarda mais discussões sobre como equilibrar os direitos individuais com as responsabilidades éticas e familiares.
M.S.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
É realmente angustiante o que aconteceu com a família da Anne. A decisão de fazer a morte assistida é pessoal, mas a falta de comunicação da clínica Pegasos é totalmente desrespeitosa.