Cólera já matou mais de 400 pessoas em Angola desde janeiro
- Beatriz S. Nascimento
- 6 de abr.
- 2 min de leitura

De acordo com a Agência Lusa, a cólera continua a devastar Angola, com mais de 400 mortes registadas desde o início do surto em janeiro deste ano. Até agora, foram contabilizados 10.771 casos da doença no país, sendo que nas últimas 24 horas foram reportados mais 206 casos, representando 36% do total de infecções registadas em 2024.
A capital, Luanda, tem sido o epicentro da epidemia, com quase 3.500 casos reportados no último mês, o que corresponde a 56% do total de casos em África. A doença tem afetado gravemente 17 das 21 províncias do país, com destaque para Benguela, onde foram registados 83 novos casos nas últimas 24 horas.
Taxa de letalidade elevada e dificuldades no combate
A cólera, uma infeção intestinal transmitida por água ou alimentos contaminados, está a crescer a nível mundial, como alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS). Philippe Barboza, representante da OMS, explicou que o aumento da doença está a ser impulsionado por fatores como conflitos, catástrofes naturais e alterações climáticas. Angola, com uma taxa de letalidade próxima dos 4%, tem uma das maiores taxas do mundo, bem acima do limite de 1% considerado aceitável pela OMS.
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Além de Angola, outros países africanos, como Namíbia, Quénia, Malawi, Zâmbia e Zimbabué, estão a registar um ressurgimento da cólera, muitos deles após longos períodos sem casos reportados. O financiamento reduzido da ajuda internacional tem dificultado o combate à doença, como sublinhou Barboza, apontando que os surtos estão a agravar-se.
Urgente necessidade de melhorar o saneamento
Em Angola, as autoridades de saúde alertam para a necessidade urgente de melhorar as condições de saneamento e o acesso à água potável, uma vez que a cólera está estreitamente associada a condições insalubres. Nas últimas 24 horas, foram registados 6 óbitos e 625 pessoas continuam internadas com a doença.
A luta contra a cólera em Angola exige uma resposta coordenada e urgente para evitar a propagação da doença e controlar a alta taxa de letalidade, enquanto a comunidade internacional se vê desafiada a reforçar o apoio para enfrentar este surto devastador.
B.N.
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