Cristo Redentor é interditado após morte de turista e falha médica
- Monica Stahelin
- 18 de mar.
- 3 min de leitura

O Santuário Cristo Redentor, um dos principais pontos turísticos do Brasil, foi interditado na manhã desta segunda-feira, 17 de março, após a morte do turista Jorge Alex Duarte, de 54 anos, ocorrida no dia anterior. O Procon determinou a suspensão da venda de bilhetes para o Trem do Corcovado e para o sistema de vans que levam os visitantes até o monumento, após identificar a falta de assistência médica adequada durante o incidente.
Jorge Duarte passou mal nas escadarias do Cristo Redentor por volta das 7h39 de domingo, mas o posto médico da área só começa a operar às 9h. O turista foi socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que chegou ao local às 8h13, mas não resistiu à crise de saúde. O Procon justificou a interdição destacando que o monumento não disponibiliza atendimento médico durante o período em que o público tem acesso ao local.
Responsabilidade sobre os serviços médicos é atribuída ao ICMBio
O Santuário Cristo Redentor responsabilizou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pela falta de fiscalização nos serviços essenciais no Alto Corcovado. O contrato de concessão para o funcionamento do local estabelece que a concessionária, Trem do Corcovado, é responsável pelo atendimento médico, com a fiscalização sendo incumbência do ICMBio.
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O secretário de Estado de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, afirmou que o Procon recebeu diversas denúncias sobre a ausência de assistência médica no local e que, após notificar o ICMBio, o instituto encaminhou o caso ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No entanto, o Iphan respondeu que não possui qualquer responsabilidade sobre o funcionamento do posto médico no Cristo Redentor.
Em resposta ao ocorrido, o ICMBio lamentou a morte de Jorge Duarte e afirmou que a responsabilidade pelo atendimento médico no local é da empresa concessionária, conforme estipulado em contrato. A instituição também anunciou que abrirá uma apuração para investigar as circunstâncias da fatalidade.
Críticas à infraestrutura e à fiscalização
O Santuário Cristo Redentor, por sua vez, criticou fortemente a atuação do ICMBio, apontando que o órgão deveria ter fiscalizado de forma mais diligente os serviços prestados pela concessionária. A administração do santuário destacou ainda que a falta de fiscalização do ICMBio permitiu que uma situação crítica de desassistência acontecesse em um dos pontos turísticos mais visitados do mundo.
Além disso, a administração do Cristo Redentor apontou a deficiente infraestrutura do monumento, citando a ausência de ambulâncias, falta de acessibilidade, pontos de hidratação, brigadistas e banheiros adequados. A nota ainda mencionou que projetos de melhoria para o local estão paralisados devido a entraves burocráticos impostos pelo ICMBio.
O Santuário criticou a tentativa do ICMBio de transferir toda a responsabilidade à concessionária Trem do Corcovado, considerando-a uma manobra inaceitável, que expõe a negligência do órgão em garantir a segurança e o bem-estar dos visitantes.
Posicionamento da concessionária Trem do Corcovado
A concessionária Trem do Corcovado, em nota, lamentou profundamente o ocorrido, mas esclareceu que, apesar dos esforços dos socorristas que chegaram rapidamente ao local com desfibriladores, não houve tempo hábil para salvar a vida de Jorge Duarte. A empresa reiterou que o Samu também chegou pouco depois, mas não foi possível reverter a situação.
A interdição do Cristo Redentor continua até que sejam resolvidas as questões relacionadas à prestação de serviços essenciais e à infraestrutura do local, visando garantir a segurança dos visitantes e evitar novos incidentes.
M.S.
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