Deputado Gilvan da Federal Suspenso por 3 Meses Após Insultos
- Monica Stahelin
- 7 de mai.
- 3 min de leitura

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu suspender o mandato de Gilvan da Federal (PL-ES) por três meses, após sucessivos episódios de agressividade, insultos e ameaças contra colegas parlamentares.
A gota de água foi o momento em que o deputado chamou a ministra Gleisi Hoffmann de “prostituta do caramba” durante uma acalorada sessão da Comissão de Segurança, levando à interrupção dos trabalhos por troca de xingamentos entre deputados.
Decisão do Conselho de Ética
A suspensão foi aprovada por 15 votos a favor e quatro contra. Inicialmente, a Mesa Diretora da Câmara havia recomendado uma punição mais severa de seis meses, considerando o histórico de comportamentos violentos do parlamentar. No entanto, o relator do caso, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), reduziu a penalidade para três meses após Gilvan apresentar um pedido público de desculpas no plenário.
“Peço desculpas a quem se sentiu ofendido. Reconheço que, no calor da emoção, extrapolei”, declarou o deputado, que prometeu mudar de postura. A atitude foi elogiada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que considerou o gesto positivo para a imagem do mandato.
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Histórico de Comportamento Agressivo
Gilvan da Federal ganhou notoriedade logo no início do mandato, aparecendo nas sessões com uma bandeira do Brasil ao ombro. Rapidamente, tornou-se conhecido pelos constantes confrontos com colegas, especialmente com deputados da esquerda, e pela postura agressiva em plenário. Em um dos episódios mais polêmicos, afirmou desejar a morte do presidente Lula: “Eu quero mais é que o Lula morra, que ele vá para o quinto dos infernos”.
Apesar de posteriormente se retratar, afirmando que havia “exagerado na fala”, a declaração causou forte repercussão negativa, até mesmo dentro da oposição. O caso mais recente — o insulto a Gleisi Hoffmann — foi o que motivou a ação imediata da Mesa Diretora, que considerou a fala “incompatível com a dignidade do mandato”.
Reações Políticas e Repercussão
A postura de Gilvan tem causado desconforto dentro do próprio PL. O presidente do partido, Valdemar Costa Neto, desaprova o comportamento do parlamentar, segundo fontes próximas. Ainda assim, a liderança da legenda agiu para tentar conter os danos: o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) articulou a defesa de Gilvan e mobilizou a bancada no Conselho de Ética. O líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou que o colega “voltará mais maduro” após o período de suspensão.
Do lado da esquerda, a deputada Maria do Rosário (PT-RS) relembrou outros episódios de ofensas a mulheres protagonizados por Gilvan, incluindo insultos a uma vereadora e à vice-governadora do Espírito Santo, em ocasiões anteriores à sua eleição para o Congresso.
Clima de Tensão na Câmara
Desde o início da atual legislatura, em 2023, o ambiente na Câmara dos Deputados tem sido marcado por episódios frequentes de hostilidade e interrupções nas sessões. Parlamentares ligados ao chamado “bolsonarismo raiz”, como Gilvan, têm estado no centro de embates verbais com representantes da ala esquerda do Congresso. A presidência da Casa tentou conter os ânimos, pedindo moderação e diálogo entre os lados, mas os conflitos persistiram.
A suspensão de Gilvan é vista como uma resposta institucional a esse clima de tensão contínua e um sinal de que novos excessos poderão enfrentar punições mais duras no futuro. Mesmo antes do veredito do Conselho de Ética, dirigentes de diferentes partidos já consideravam a cassação do mandato do deputado, devido à repetição de atitudes que ferem o decoro parlamentar.
M.S.
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