Estudante atropela e mata com carro modificado para rachas
- Beatriz S. Nascimento
- 12 de abr.
- 3 min de leitura

A Polícia Civil está a investigar se Brendo dos Santos Sampaio, estudante de Direito de 26 anos, participava numa corrida ilegal no momento em que atropelou e matou duas jovens, em São Caetano do Sul, na região metropolitana de São Paulo. O acidente, que ocorreu na noite de quarta-feira, 9 de abril, vitimou Isabelli Helena de Lima Costa e Isabela Priel Regis, ambas com 18 anos.
Durante a audiência de custódia realizada na quinta-feira (11), o juiz responsável revelou que o veículo de Brendo apresentava alterações com o objetivo de aumentar a potência, incluindo dois escapamentos desportivos — uma configuração típica de automóveis usados em rachas. A prisão em flagrante foi convertida em prisão preventiva.
Velocidade excessiva e indícios de corrida ilegal
De acordo com o boletim de ocorrência, uma das linhas de investigação aponta para a possibilidade de Brendo estar a disputar uma corrida com outro veículo. Uma testemunha relatou às autoridades que viu um segundo carro, um Chevrolet Onix branco, a circular a alta velocidade junto ao Honda Civic conduzido por Brendo.
Imagens captadas por câmaras de segurança mostram o momento do atropelamento. As jovens atravessavam a avenida na passadeira quando foram violentamente atingidas. A força do impacto foi tal que os corpos foram projetados a cerca de 50 metros do local da colisão. O Corpo de Bombeiros confirmou que ambas sofreram múltiplas fraturas.
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A Polícia Civil também revelou que o condutor já acumulava várias infrações, incluindo uma multa recente por excesso de velocidade: no dia 13 de janeiro deste ano, Brendo foi apanhado a conduzir o mesmo carro a 97 km/h numa zona com limite de 60 km/h. A delegada Kelly Sachetto, que lidera a investigação, afirmou que o historial reforça a tese de um comportamento imprudente e recorrente ao volante.
Contradições no depoimento e alegações das defesas
No depoimento prestado à polícia, Brendo alegou que o sinal estava verde para os veículos e que não conseguiu evitar o atropelamento. Contudo, a investigação aponta que o semáforo estaria amarelo no momento do impacto, contradição que levanta dúvidas sobre a versão apresentada pelo acusado.
Os advogados de defesa classificaram o acidente como uma "fatalidade", sustentando que o estudante prestou assistência às vítimas. Afirmam ainda que as jovens atravessaram a avenida fora do tempo permitido, apesar das imagens contradizerem essa narrativa.
Por outro lado, o advogado das famílias das vítimas, Rafael Dias, declarou que o carro circulava a mais de 120 km/h, o dobro do permitido para a Avenida Goiás, local do acidente. “O veículo passa como um vulto nas imagens, o que demonstra velocidade extremamente acima do permitido”, afirmou.
Investigação continua
O caso está a ser investigado como homicídio com dolo eventual — quando o autor assume o risco de provocar a morte — e reacendeu o debate sobre a segurança no trânsito e a responsabilização de condutores imprudentes. A Polícia Científica irá determinar, com base nos dados técnicos, a velocidade exata do automóvel no momento do acidente.
A comunidade local exige justiça e medidas mais eficazes para combater a prática de corridas ilegais e o excesso de velocidade nas ruas da cidade.
B.N.
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