Faculdade em SP expulsa 12 alunos por faixa com alusão a estupro
- Monica Stahelin
- 29 de abr.
- 2 min de leitura

Atlética permanece interditada; outros estudantes foram suspensos e inquérito policial segue em curso.
A Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, anunciou esta segunda-feira a expulsão de 12 estudantes do curso de Medicina após a exibição de uma faixa com conteúdo ofensivo e conotação de apologia ao crime de estupro, durante um torneio universitário em março deste ano. Outros 11 alunos foram alvo de sanções disciplinares, incluindo suspensões temporárias.
O "hino" banido e o protesto do Coletivo Feminista Francisca
O episódio ocorreu no dia 15 de março, quando uma faixa com a frase “entra porra, escorre sangue” foi exibida durante uma competição desportiva. A mensagem, associada a um antigo “hino” machista da atlética de Medicina, já havia sido banida em 2017 após denúncias de teor violento e sexual. Em comunicado oficial, a instituição informou que a decisão resultou de um processo de sindicância interna iniciado em 21 de março. A Associação Atlética Académica permanece interditada por tempo indeterminado.
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A investigação e as medidas da Faculdade
O caso motivou indignação por parte do Coletivo Feminista Francisca, composto por alunas e ex-alunas da faculdade, que formalizou uma denúncia exigindo responsabilização. Segundo o grupo, o conteúdo da faixa representa clara apologia ao estupro, e a sua exibição durante um evento público agride diretamente a integridade das mulheres envolvidas no meio académico.
A Polícia Civil do Estado de São Paulo abriu um inquérito para investigar o caso e já recolheu depoimentos dos estudantes identificados nas imagens. O Ministério Público também foi notificado pela instituição de ensino.
Ex-estudantes e integrantes do coletivo feminista alertam para a persistência de uma cultura de violência de género nas faculdades de Medicina, com práticas como trotes humilhantes e cânticos que objetificam e sexualizam as mulheres.
O caso reacendeu o debate sobre o comportamento das atléticas universitárias e a tolerância a discursos de ódio e violência no ambiente académico. A Faculdade Santa Marcelina assegura que acompanhará as investigações e reforçará as medidas educativas para prevenir novas ocorrências.
M.S.
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É revoltante ver atitudes como essa ainda sendo toleradas em ambientes acadêmicos. A Faculdade acertou ao tomar medidas severas, mas o caso também reflete um problema mais profundo nas universidades, especialmente nas faculdades de Medicina, onde práticas de violência de gênero, como trotes humilhantes e músicas machistas, ainda persistem.