Família de Montenegro compra dois apartamentos em Lisboa
- Beatriz S. Nascimento
- 1 de mar.
- 3 min de leitura

A família do primeiro-ministro português, Luís Montenegro, fez recentemente a aquisição de dois apartamentos na freguesia da Estrela, em Lisboa, num investimento total de 715 mil euros, sem recorrer a financiamento bancário. De acordo com uma informação avançada pelo Correio da Manhã, as escrituras de compra não mencionam qualquer tipo de crédito, levantando questões sobre a origem dos fundos utilizados para essa transação. O primeiro apartamento foi adquirido em dezembro de 2023 pelos filhos do chefe do Governo, por um valor superior a 300 mil euros, e o segundo foi comprado em novembro de 2024, pelo próprio primeiro-ministro e a sua esposa, por 400 mil euros. Ambos os imóveis têm tipologia T1 e estão situados num edifício de prestígio, na mesma rua onde vive o ex-Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, numa das zonas mais procuradas e valorizadas de Lisboa.
Aquisição de imóveis em área valorizada de Lisboa
A localização dos apartamentos, em frente ao prédio de Cavaco Silva, é vista como uma área central e de grande atratividade para residentes e investidores, com uma excelente infraestrutura e proximidade a pontos turísticos e serviços. A compra em pleno centro da cidade de Lisboa gerou alguns comentários devido ao valor dos imóveis e à aparente facilidade com que a família do primeiro-ministro adquiriu as propriedades sem recorrer ao crédito bancário, algo que não é comum em transações imobiliárias de elevado valor, especialmente em Lisboa, onde os preços de mercado estão em constante crescimento.
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Transparência financeira e reações da oposição
Em resposta à divulgação da notícia, Luís Montenegro afirmou que o dinheiro utilizado para a compra dos apartamentos provém exclusivamente do património financeiro da sua família, afastando assim qualquer especulação sobre a origem duvidosa dos fundos. O primeiro-ministro sublinhou que a transação foi realizada com recursos próprios, e garantiu que não há qualquer envolvimento com fontes externas ou desconhecidas de financiamento. Para tranquilizar a opinião pública, Montenegro também fez questão de esclarecer que os seus investimentos imobiliários têm sido geridos de acordo com as leis e com total transparência, sem qualquer tipo de favorecimento ou práticas ilegais.
Além disso, o Correio da Manhã recorda que Luís Montenegro possui um crédito declarado de 200 mil euros no Millennium BCP, o qual foi divulgado à Entidade para a Transparência. No entanto, os pormenores relativos ao destino deste montante continuam a ser uma incógnita, uma vez que não foi especificado se o valor foi utilizado para financiar algum outro tipo de investimento ou actividade. A falta de informações adicionais sobre o crédito tem gerado especulação, especialmente no contexto de um governo que, recentemente, tem vindo a lidar com questões relacionadas à transparência financeira e à crise habitacional no país.
Críticas da oposição e impacto na política habitacional
A compra destes dois apartamentos, somada à questão do crédito pessoal, tem gerado uma onda de discussões no país, uma vez que o tema da habitação e da especulação imobiliária é uma das prioridades do governo de Luís Montenegro. A oposição já se manifestou sobre o tema, questionando a legitimidade da aquisição de bens de alto valor enquanto o governo, simultaneamente, propõe medidas para regular o mercado imobiliário e garantir a acessibilidade à habitação para as camadas mais baixas da população.
A aquisição dos apartamentos em Lisboa, sem recurso a crédito bancário, também chamou a atenção devido ao contraste com a situação de muitas famílias portuguesas, que enfrentam dificuldades para adquirir imóveis nas grandes cidades, principalmente em Lisboa e Porto. A especulação em torno do mercado imobiliário e a crescente diferença entre as rendas e salários tornaram-se pontos centrais no debate político e social em Portugal, o que torna a compra dos imóveis pela família do primeiro-ministro um tema sensível em um momento de grande pressão pública sobre o governo.
Primeiro-ministro reforça legalidade da transação e gestão do património familiar
Apesar da controvérsia, o primeiro-ministro reafirma a sua confiança na gestão do seu património familiar, garantindo que as aquisições imobiliárias foram realizadas dentro da legalidade e sem qualquer tentativa de ocultação de informações.
B.N.
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