F.C. Porto amortiza 16 milhões de euros e destaca liquidez
- Monica Stahelin
- 13 de mar.
- 2 min de leitura
A Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do F.C. Porto anunciou, esta quarta-feira, a amortização antecipada de 16 milhões de euros em dívida, relativa a processos de factoring associados aos direitos de transmissão televisiva. A operação foi divulgada no prospeto do novo empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros que o clube está a emitir. Este movimento financeiro surge no âmbito de uma estratégia de gestão de recursos, sendo justificado por um "excesso de liquidez", que, segundo o clube, decorre principalmente das recentes transferências de jogadores.
Amortização antecipada impulsionada por transferências de jogadores
A amortização dos 16 milhões de euros foi realizada no passado dia 18 de fevereiro, um gesto que reflete a boa saúde financeira momentânea do clube. A SAD explica que a decisão foi tomada após o F. C. Porto ter registado um aumento significativo de liquidez, em grande parte devido aos valores recebidos pelas transferências de Nico González para o Manchester City e de Galeno para o Al Ahli, ambos negócios concluídos no fecho do mercado de inverno. A entrada de dinheiro nas contas do clube permitiu-lhe antecipar a redução de dívida, ajudando a otimizar a sua estrutura financeira.
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Incumprimento nas regras do fair play financeiro da UEFA
No entanto, o prospeto também revela que o F.C. Porto está atualmente em incumprimento de uma das exigências do fair play financeiro da UEFA, nomeadamente o indicador de “estabilidade”. Este indicador, que é fundamental para a aprovação dos clubes europeus, exige que os mesmos apresentem um equilíbrio nas suas contas. No caso dos dragões, a UEFA detectou um prejuízo acumulado de 55 milhões de euros nos dois últimos exercícios financeiros, o que originou a abertura de um procedimento para apurar a situação.
A SAD portista reagiu prontamente e disponibilizou à UEFA todos os dados e documentação necessários para explicar o défice, bem como as medidas que está a tomar para corrigir a sua situação financeira. Segundo o clube, uma das principais soluções passa pela parceria estabelecida com a empresa Ithaka, com a qual foi acordada uma entrada de 50 milhões de euros. Este montante permite à SAD aproximar-se do cumprimento do indicador de estabilidade nas épocas desportivas de 2022/23 e 2023/24, ainda que o F. C. Porto tenha reconhecido a necessidade de um novo entendimento com a UEFA para regularizar a sua posição e garantir o cumprimento das normas nas temporadas seguintes.
O clube portista está, assim, a concentrar esforços na estabilização das suas contas e na obtenção de garantias financeiras para o futuro, tendo em vista uma maior solidez económica e a continuidade das suas competições internacionais.
M.S.
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