Governo de Moçambique desmente ligação entre Naparamas e terroristas
- Monica Stahelin
- 23 de abr.
- 2 min de leitura

O Ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, veio a público desmentir qualquer relação entre os ataques armados ocorridos em algumas regiões do centro e norte do país e o grupo histórico dos Naparamas, que surgiu na década de 1980 durante a guerra civil moçambicana.
Em declarações a jornalistas, após uma audiência na Comissão da Defesa, Segurança e Ordem Pública (CDSOP) da Assembleia da República, em Maputo, Chume esclareceu que os responsáveis pelos ataques recentes são “bandidos” e não têm qualquer ligação com o movimento Naparama tradicional, que, segundo o ministro, tinha como objetivo apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS).
“Os grupos que se dizem Naparamas não correspondem ao conceito que referi, que era o de apoiar as Forças de Defesa e Segurança. O que está a acontecer são ações de bandidos, ou talvez possam ter outra denominação, mas não são os Naparamas históricos”, afirmou Chume.
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Governo reforça combate à criminalidade armada no norte do país
Além disso, o ministro descartou qualquer possibilidade de ligação entre os indivíduos envolvidos nestes ataques e os grupos terroristas responsáveis pelas atrocidades na província de Cabo Delgado, no norte do país.
"Ainda não chegamos a esse ponto de afirmar que estes grupos tenham alguma ligação com os terroristas", sublinhou.
Os Naparamas têm estado no centro das notícias após um confronto, na última quarta-feira, entre a Polícia da República de Moçambique (PRM) e o grupo, no posto administrativo de Mutuali, no distrito de Malema, na província de Nampula. De acordo com o comunicado da PRM, os Naparamas tentaram semear o terror na região, resultando na morte de pelo menos cinco membros do grupo.
Ainda segundo a Polícia, o confronto teve início quando um grupo de agressores não identificados tentou invadir um campo das FDS em Mutuali. Este ataque segue-se à tomada de controlo do posto administrativo de Mutuali pelos Naparamas, em associação com simpatizantes do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, durante os primeiros meses do ano. O governo conseguiu retomar a região a 2 de abril.
O Governo de Moçambique reforçou que os ataques de grupos armados são uma ameaça à segurança nacional e assegurou que as Forças de Defesa e Segurança continuarão a combater este tipo de criminalidade de forma eficaz.
M.S.
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