Governo moçambicano suspende cinco empresas mineiras em Manica
- Monica Stahelin
- 13 de mai.
- 2 min de leitura

O Governo de Moçambique suspendeu a atividade de cinco empresas de exploração de ouro no distrito de Manica, província homónima, no centro do país. A decisão foi anunciada esta segunda-feira, 12 de maio, pelo Chefe de Estado, Daniel Chapo, durante uma visita de trabalho de quatro dias à cidade de Chimoio, capital provincial.
Poluição dos rios e violação da lei motivam suspensão
De acordo com Daniel Chapo, a medida visa consciencializar os gestores das empresas para a necessidade de uma exploração racional e sustentável dos recursos minerais, sem comprometer o ambiente, a qualidade dos rios ou outras atividades económicas nas comunidades locais, como a agricultura e a pecuária.
As cinco empresas em causa, todas detidas por cidadãos estrangeiros de origem chinesa, foram identificadas como responsáveis pela poluição de cursos de água fundamentais para a sobrevivência das populações. Embora os nomes das empresas não tenham sido revelados, as autoridades determinaram uma multa conjunta de 15 milhões de meticais (cerca de 235 mil dólares), a ser paga antes de qualquer possibilidade de retomar operações.
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“Não queremos empresas que exploram ouro e não respeitam a lei. Se reincidirem, o equipamento será confiscado e leiloado em hasta pública”, afirmou Chapo, sublinhando o compromisso do governo com a proteção ambiental e o cumprimento da legislação mineira.
Reorganização do setor mineiro artesanal
O Presidente reforçou ainda que o governo está a trabalhar para estruturar o setor de mineração artesanal. Os chamados garimpeiros ilegais deverão ser integrados em associações e receber formação adequada, de modo a garantir práticas mais seguras e ambientalmente sustentáveis.
A província de Manica, particularmente os distritos de Manica, Sussundenga, Báruè, Macossa e Gondola, é rica em recursos minerais, sendo o ouro o principal foco de exploração. A atratividade deste recurso tem mobilizado milhares de jovens — nacionais e estrangeiros — para o garimpo, frequentemente em moldes ilegais. Estima-se que mais de 10 mil pessoas estejam envolvidas nesta prática na província.
Daniel Chapo concluiu reiterando que esta ação do governo visa, acima de tudo, proteger os recursos naturais do país e garantir que a sua exploração beneficie as comunidades locais e respeite o meio ambiente.
M.S.
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