Hidroelétrica de Cahora Bassa distribui 100 milhões em dividendos
- Monica Stahelin
- 12 de mai.
- 2 min de leitura

A Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB), localizada no centro de Moçambique, começou hoje a repartir dividendos no montante de 7.400 milhões de meticais, o que corresponde a 102,6 milhões de euros. Este montante será repartido entre os acionistas da empresa, incluindo a portuguesa Redes Energéticas Nacionais (REN), que detém 7,5% das ações. A decisão de distribuir os dividendos foi tomada na assembleia geral da HCB, realizada a 21 de abril de 2025.
De acordo com um edital publicado pela empresa, os acionistas poderão confirmar o recebimento dos dividendos a partir de 12 de maio de 2025 nas instituições bancárias locais. O valor do dividendo por ação foi fixado em 0,28 meticais (cerca de 0,4 cêntimos de euro).
A HCB é uma sociedade anónima de direito privado, com 85% das ações pertencentes à estatal Companhia Elétrica do Zambeze e 7,5% à REN, enquanto 3,5% estão em posse da própria empresa e os restantes 4% são detidos por cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.
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Lucros recorde e contribuição para o Orçamento do Estado
O exercício de 2024 foi particularmente positivo para a HCB, que registou lucros de 14,1 mil milhões de meticais (195,7 milhões de euros), um crescimento de quase 8,5% em relação ao ano anterior. Este foi o maior lucro da história da empresa, impulsionado pela produção total de energia de 15.753,52 GWh e pelo ajustamento da tarifa de venda de eletricidade ao exterior.
O presidente do conselho de administração da HCB, Tomás Matola, ressaltou que, apesar das dificuldades relacionadas com os níveis hídricos, a empresa obteve resultados financeiros notáveis graças a uma gestão cuidadosa e eficiente. Além disso, a distribuição de dividendos será vantajosa para o Estado moçambicano, que receberá mais de 6,5 mil milhões de meticais (90,2 milhões de euros), contribuindo para o reforço do Orçamento do Estado e para a implementação dos programas sociais do país.
A barragem e o seu impacto no desenvolvimento de Moçambique
A barragem de Cahora Bassa, localizada no rio Zambeze, é a quarta maior do continente africano e uma das principais fontes de eletricidade para Moçambique e os países vizinhos. A sua construção começou em 1969, durante o período colonial português, e a operação comercial teve início em 1977. Com uma capacidade instalada atual de 2.075 MW, a barragem representa um marco na infraestrutura energética da região austral de África.
Em 2006, após a independência de Moçambique, o país passou a gerir a barragem, com a transferência total do controlo do empreendimento do Estado português para o moçambicano em 2007. Esse marco foi considerado pelo então presidente Armando Guebuza como a "segunda independência de Moçambique".
A HCB já está a preparar o projeto para uma nova central elétrica a norte da barragem, para atender à crescente demanda de energia na região, garantindo assim o futuro da produção de eletricidade e o desenvolvimento económico de Moçambique.
M.S.
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