IA e informante ajudam a capturar ex-líder escoteiro foragido há 27 anos
- Monica Stahelin
- 19 de mar.
- 3 min de leitura

Após mais de duas décadas a fugir da justiça, o ex-líder escoteiro Richard Burrows, condenado por abusos sexuais de crianças, foi finalmente capturado na Tailândia graças ao uso de tecnologia de reconhecimento facial e uma dica de um informante.
A fuga e a vida de luxo na Tailândia
Burrows, agora com 80 anos, foi condenado em segunda instância no tribunal de Chester na última segunda-feira por 54 crimes de abuso sexual de menores. Entre 1968 e 1995, ele abusou sistematicamente de 24 rapazes nas regiões de Cheshire, West Midlands e West Mercia, antes de fugir do Reino Unido em 1997, após ser libertado sob fiança, e se esconder na ilha tailandesa de Phuket com a identidade furtada de Peter Smith, um conhecido seu que estava à beira da morte.
Durante 27 anos, Burrows viveu como "Peter Smith", utilizando passaportes britânicos falsificados e, aparentemente, desfrutando de uma vida tranquila e respeitada na comunidade expatriada de Phuket, apesar das múltiplas investigações policiais e campanhas de divulgação, incluindo apelos no programa "Crimewatch", que não resultaram na sua captura.
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Tecnologia de reconhecimento facial e uma pista crucial
A reviravolta aconteceu em abril de 2023, quando a polícia de Cheshire começou a usar um software especializado para procurar imagens de Burrows na internet. A tecnologia de reconhecimento facial foi essencial para rastrear Burrows, agora com 80 anos, identificando-o em fotos e reportagens locais, inclusive em uma de 2019, quando se aposentou após trabalhar em uma empresa de publicidade em Phuket. A confirmação da sua identidade levou a polícia a iniciar o processo de extradição para o Reino Unido.
Quando as autoridades tailandesas souberam que Burrows planejava voltar ao Reino Unido sob a sua falsa identidade, as autoridades britânicas informaram os agentes locais, que monitoraram o seu trajeto de volta. Burrows foi preso assim que chegou ao aeroporto de Heathrow, em Londres, a 28 de março de 2024.
Uma reportagem revelou que a captura de Burrows foi facilitada por uma dica de um familiar, que alertou a polícia sobre a intenção do ex-líder escoteiro de retornar ao Reino Unido. Durante a investigação, a polícia encontrou uma troca de e-mails entre Burrows e o parente, na qual o ex-líder escoteiro dizia que assistiu aos apelos de "Crimewatch" sobre ele no YouTube enquanto estava na Tailândia.
O uso controverso de software de reconhecimento facial
Os detectives também utilizaram o software PimEyes, uma plataforma de reconhecimento facial controversa que, embora não seja oficialmente regulamentada, ajudou a rastrear a identidade de Burrows. A ferramenta foi alvo de críticas no Reino Unido, após ser revelado que foi utilizada pela polícia metropolitana mais de 2.000 vezes em apenas 90 dias.
Em resposta à condenação, a inspetora Eleanor Atkinson, da polícia de Cheshire, declarou que o caso de Burrows deve servir de aviso para outros suspeitos foragidos:
"Não importa o quanto tentem se esconder, nós os encontraremos e os responsabilizaremos", afirmou.
Burrows foi inicialmente acusado em 1997, após ser preso, mas fugiu antes do julgamento. Desde então, ele passou décadas fugindo da justiça enquanto as suas vítimas tentavam, lentamente, reconstruir as suas vidas. O seu caso tornou-se um exemplo de como a determinação da polícia e o uso de tecnologias inovadoras podem garantir que criminosos, mesmo os que acreditam estar seguros em países distantes, finalmente enfrentem a justiça.
M.S.
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Ótimo! a tecnologia também tem de ser para servir ao povo e não só para deixar ao pessoal sem trabalho😅O homem vai pagar como deve de ser.