Idoso tira a própria vida após esquecer reembolso bancário
- Beatriz S. Nascimento
- 13 de abr.
- 3 min de leitura

Hugh Saunders, um reformado britânico de 80 anos, foi encontrado morto em Rudyard Lake, na região de North Staffordshire, após ter desaparecido de casa no mês de agosto. A causa da sua morte foi identificada como afogamento, e as autoridades concluíram que se tratou de um suicídio. O inquérito revelou que a morte de Saunders esteve ligada a um incidente ocorrido 18 meses antes, em que ele foi vítima de uma fraude bancária que envolveu o roubo de 20 mil libras de sua conta corrente.
Esquecimento do reembolso bancário e o impacto emocional
Apesar de o banco Barclays ter reembolsado integralmente o valor roubado, Saunders, que sofria de demência, aparentemente esqueceu desse reembolso e acreditava que ainda estava em uma situação financeira difícil. Em um bilhete encontrado em sua casa, Saunders escreveu: "O banco deixou alguém mexer na minha conta. Estou em Rudyard Lake." O bilhete, deixado no endereço onde vivia em Wallbridge Drive, indicava que o idoso acreditava que seu banco o havia defraudado e que ele estava em grande sofrimento devido a essa situação.
A polícia de Staffordshire iniciou buscas quando um amigo de Saunders não obteve resposta às suas tentativas de contato. O amigo, preocupado, foi até à casa de Hugh, mas não o encontrou. Na casa, encontrou o bilhete e outros documentos, incluindo extratos bancários e uma cópia do testamento de Saunders. Posteriormente, a polícia localizou o carro do idoso nas proximidades de Rudyard Lake. As buscas para encontrar o corpo de Hugh levaram vários dias, utilizando embarcações e sonar devido ao vasto tamanho do lago e às condições meteorológicas adversas.
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Conclusão do inquérito e alerta sobre a saúde mental de idosos
O agente da polícia, Ian Prendergast, relatou que a fraude tinha ocorrido cerca de 18 a 20 meses antes da morte de Hugh. “Aproximadamente 20 mil libras foram retiradas da conta de Saunders. No entanto, o banco reembolsou o montante após a investigação da polícia,” explicou. O agente confirmou que, ao ser encontrado o carro de Hugh, as buscas no lago se estenderam por vários dias, o que dificultou a recuperação do corpo devido ao tamanho e à profundidade do local.
A investigação médica realizada pelo assistente de medicina legal, Duncan Ritchie, indicou que Hugh Saunders estava a sofrer de um declínio na sua saúde mental, o que se refletia em sintomas de demência. O amigo de Saunders relatou que, quando tentou contactá-lo, o idoso não atendeu ao telefone, o que levou à sua preocupação e subsequente visita à casa de Hugh. A ausência do idoso foi confirmada logo depois e uma busca foi iniciada.
O relatório médico sobre a causa de morte revelou que Hugh morreu por afogamento, e a conclusão do inquérito foi de suicídio, tendo em conta os elementos encontrados, incluindo o bilhete que expressava a intenção de acabar com a própria vida. A autópsia não revelou sinais de violência externa, e a imersão no lago foi identificada como a causa direta do falecimento.
O assistente de legista, Duncan Ritchie, afirmou durante o inquérito: "Há provas claras de que Hugh pretendia acabar com a sua vida, como foi expresso na nota que deixou. A minha conclusão é que a morte de Hugh foi um suicídio."
O caso de Hugh Saunders trouxe à tona questões importantes relacionadas à saúde mental e ao impacto emocional de ser vítima de fraude financeira, especialmente para pessoas vulneráveis com demência. Embora o banco tenha reembolsado a vítima, o dano psicológico causado pela perda inicial do dinheiro e a crença persistente na perda financeira, associada ao declínio mental de Saunders, parecem ter contribuído para o trágico fim.
Este caso também destaca a necessidade de se prestar maior atenção ao apoio psicológico e financeiro a pessoas mais velhas e vulneráveis, a fim de evitar que incidentes como este voltem a ocorrer.
B.N.
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