Incerteza sobre o futuro do Palácio da Brejoeira em Monção
- Beatriz S. Nascimento
- 5 de mai.
- 2 min de leitura
A recente venda do Palácio da Brejoeira, em Monção, levantou apreensões sobre o futuro deste importante património histórico, conhecido não só pela sua arquitetura deslumbrante, mas também pelo impacto que tem no turismo local. O imóvel, adquirido por um membro da família Mirpuri, dona da companhia aérea HiFly, mantém-se aberto ao público, mas a dúvida sobre o destino do palácio tem motivado visitas apressadas por quem teme que os novos proprietários possam decidir encerrá-lo.
Historiador defende conservação e investimentos urgentes
A compra do palácio, concretizada sob acordo de confidencialidade há alguns meses, teria como intenção oferecer o imóvel à esposa do comprador. Contudo, apesar da transação, o Palácio da Brejoeira, monumento nacional desde 1910, continua acessível aos visitantes, o que tranquiliza, por enquanto, a comunidade local e turistas.
O historiador Ernesto Português, autor do livro Palácio da Brejoeira - Dois séculos de história (2019), alerta para a importância de preservar o palácio, sublinhando que o local necessita de investimentos urgentes em conservação. "A venda pode ser uma oportunidade para o palácio, desde que os novos proprietários estejam dispostos a investir", afirma. Para o historiador, o palácio e a sua adega desempenham um papel fundamental na economia e no desenvolvimento social de Monção.
Publicidade
Preocupações com o futuro do património e turismo local
Em 2021, o Palácio da Brejoeira atraía cerca de 300 mil visitantes por ano, um número que demonstra a relevância do espaço para o turismo da região. No entanto, a venda gerou um clima de incerteza, especialmente após rumores de que o imóvel poderia ser fechado. De acordo com informações não confirmadas, o comprador teria afirmado que o adquiriu "porque a esposa queria um palácio", sem planos claros para dinamizar o espaço ou promover o turismo local.
Turistas estrangeiros, como o grupo espanhol proveniente de Vigo, expressaram preocupação com o possível fechamento do palácio. "Viemos porque ouvimos que o palácio poderia ser vendido a árabes e fechasse. Era algo que sempre quisemos visitar e agora, com a venda, decidimos apressar-nos", explicou Fernando Caride, um dos visitantes. Sua companheira, Maria Fernandez, também teme pelo futuro do local, questionando se o palácio será convertido em um hotel boutique, o que, na sua opinião, comprometeria a autenticidade do espaço.
Enquanto o futuro do Palácio da Brejoeira permanece incerto, os monçanenses e os turistas continuam a usufruir do que ainda é possível explorar, na esperança de que este ícone do património nacional seja preservado e mantenha a sua função como motor turístico da região.
B.N.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News
Tomara que continue aberto ao público!