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Japão cria plano de contingência para possível erupção do Monte Fuji

Monte Fuji ao fundo da cidade
Japão cria plano de contingência para possível erupção do Monte Fuji © Tomohiro Ohsumi/Getty Images

O governo japonês divulgou novas diretrizes detalhadas para os residentes de Tóquio e arredores, estabelecendo um plano de contingência caso o Monte Fuji entre em erupção. As orientações, elaboradas por um painel de especialistas a pedido das autoridades, sugerem que, se o vulcão entrar em erupção e cobrir a cidade com cinzas, os residentes devem evitar sair de casa para evitar pânico e estocar alimentos e outros itens essenciais.


O plano recomenda evacuação apenas se a acumulação de cinzas ultrapassar 30 cm, especialmente nas áreas com edifícios de madeira em risco de colapso. Segundo o estudo realizado pelo painel, uma erupção significativa do Monte Fuji poderia liberar até 490 milhões de metros cúbicos de cinzas, um volume cerca de dez vezes maior que o produzido pelo terremoto e tsunami de 2011.


Cinzas vulcânicas podem causar problemas a longo prazo

As diretrizes dividem a queda de cinzas em quatro estágios, de acordo com a sua intensidade, variando de até 3 cm (estágio 1) a mais de 30 cm (estágio 4). Embora os primeiros estágios não ofereçam riscos imediatos para trabalhadores ao ar livre, a exposição prolongada pode afetar a garganta e os olhos. Os especialistas recomendam que, caso haja necessidade de sair, os residentes utilizem óculos de proteção e máscaras. Pessoas com problemas respiratórios devem tomar precauções extras, e o uso de carros é desencorajado devido à visibilidade limitada.


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Além disso, o painel de especialistas sugere que os cidadãos mantenham mais do que os habituais sete dias de provisões de emergência para terremotos, já que uma erupção do Monte Fuji pode durar mais tempo do que eventos sísmicos. A última erupção do vulcão, em 1707, durou cerca de duas semanas, e durante o estágio 4 de queda de cinzas, os serviços de energia elétrica, água e telefonia podem ser interrompidos.


Monitoramento contínuo e recomendações para armazenamento de cinzas

Embora não haja sinais de uma erupção iminente, o Monte Fuji é considerado um vulcão dormente e está sendo monitorado de perto pelas autoridades japonesas. Os especialistas alertam para os problemas inesperados causados pela cinza vulcânica, como o risco para aeronaves em voo, pois a cinza pode parar motores ao ser aspirada pelas turbinas.


Além disso, o painel de especialistas recomendou que o governo desenvolva estratégias para o armazenamento temporário de cinzas, incluindo o uso na construção civil, o depósito em aterros sanitários ou a disposição no oceano, caso necessário. Eles também enfatizaram a importância de educar os residentes sobre os impactos de uma erupção e de treinar mais profissionais para o alívio de desastres vulcânicos.


Fujii Toshitsugu, professor emérito da Universidade de Tóquio e líder do painel de especialistas, afirmou que o Japão não enfrentou uma queda generalizada de cinzas de uma erupção nos últimos 100 anos e que chegou o momento de o país começar a se preparar para esse tipo de desastre.


M.S.


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