top of page

Mais de 171 mil imigrantes em risco de expulsão por não pagarem taxas

Imigrantes protestam em Portugal
Mais de 171 mil imigrantes em risco de expulsão por não pagarem taxas © Leonel de Castro

Mais de 171 mil imigrantes correm o risco de ser expulsos de Portugal após a anulação dos seus processos de regularização, devido à não quitação das taxas exigidas.


A informação foi avançada pela Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA), que revelou que, de um total de 440 mil pedidos de regularização de residência, 43% não cumpriram este requisito e viram as suas solicitações rejeitadas.


As taxas, que variam entre 57 e 397 euros, dependendo da nacionalidade do requerente, são consideradas um dos obstáculos mais significativos para a conclusão do processo. No caso dos cidadãos originários do Brasil e dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, o valor é mais baixo, mas os restantes imigrantes enfrentam encargos mais elevados.


A AIMA explica que, entre os 171 mil imigrantes afetados, há casos de pessoas que não conseguiram pagar as taxas devido a dificuldades financeiras, outras que não receberam a notificação por não estarem na morada indicada e ainda aqueles que, ao aguardarem pelo processo de regularização, deixaram Portugal e estabeleceram-se em outros países da União Europeia.


Publicidade


Além dos 171 mil processos extintos, a AIMA também enviou notificações a cerca de 4.500 imigrantes, instruindo-os a abandonar o país voluntariamente no prazo de 20 dias. Caso não atendam a essa solicitação, estarão sujeitos a um processo de expulsão. Estima-se que até 18 mil pessoas possam ser deportadas nos próximos tempos. A AIMA também identificou 15 mil processos em que os imigrantes não compareceram às convocações, e estes serão arquivados após uma segunda notificação.


Enquanto isso, aproximadamente 112 mil imigrantes já obtiveram a autorização de residência, e outros 125 mil ainda aguardam a finalização do processo. Do total de 440 mil requerentes, 189 mil não conseguiram a autorização de residência e, como consequência, serão obrigados a abandonar o país.


SOS Racismo condena a decisão

A associação SOS Racismo veio a público condenar as expulsões iminentes, considerando que a medida reflete uma política anti-imigração. Em nota oficial, a organização enfatizou que a deportação de indivíduos que residem e trabalham em Portugal, contribuindo de várias maneiras para a economia e sociedade, é inaceitável. A SOS Racismo apelou ao combate a políticas que marginalizam os imigrantes e a um tratamento mais justo e humano para os cidadãos estrangeiros.


Contexto político e social

A revelação das expulsões acontece em um cenário político sob a nova liderança de Luís Montenegro, que assumiu o cargo de Primeiro-Ministro em abril de 2024. Dois meses depois, o Governo decidiu encerrar o processo de manifestações de interesse para a regularização de imigrantes. O candidato do PS, Pedro Nuno Santos, acusou o Governo de utilizar a imigração como um tema de campanha, desviando a atenção das críticas aos "péssimos resultados" da gestão anterior.


Portugal conta atualmente com cerca de 1,5 milhões de estrangeiros a residir no país, o que representa uma parte significativa da população residente. Com este cenário, a regularização da situação de muitos imigrantes torna-se um tema crucial para o futuro da política de imigração do país.


Próximos passos e desafios

Enquanto o Governo e as autoridades continuam a gerir o processo de regularização, a situação de milhares de imigrantes permanece incerta, com os mais vulneráveis a enfrentar desafios financeiros e administrativos. A AIMA promete continuar a trabalhar para resolver os casos pendentes, mas as expulsões previstas colocam em evidência as dificuldades enfrentadas por uma parte significativa da comunidade estrangeira em Portugal.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

Comentarios


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page