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Mais de sete por cento dos adultos em Moçambique pensaram em suicídio

Imagem da sombra de mãos acima da água, simulando 'afogamento'
Mais de sete por cento dos adultos em Moçambique pensaram em suicídio © Andreea Popa na Unsplash

De acordo com os dados preliminares do inquérito nacional de prevalência de fatores de risco para doenças crónicas não transmissíveis (INCRÓNICA 2024), cerca de 7,3% dos adultos moçambicanos já contemplaram o suicídio, enquanto 4,3% elaboraram um plano para o suicídio e 5,2%, ou seja, um em cada 20 adultos, tentaram efetivamente o suicídio. Estes resultados foram apresentados hoje, 4 de abril, pela investigadora do Instituto Nacional de Saúde (INS), Ana Mocumbi, em Maputo.


O estudo revela ainda que, no que diz respeito à obesidade e sobrepeso, quatro em cada dez moçambicanos adultos sofrem de sobrepeso, e 14% enfrentam a obesidade. Estes números refletem um aumento significativo dos casos de distúrbios alimentares no país.


Preocupações com o aumento do consumo de álcool e a saúde mental

O INCRÓNICA 2024 também evidenciou preocupações em relação a outros fatores de risco. A investigação apontou um aumento do número de casos de pré-diabetes, com quatro em cada 100 moçambicanos diagnosticados com diabetes. Ana Mocumbi sublinhou que os resultados são preliminares, mas fundamentais para a comparação entre países, com o objetivo de entender a prevalência desses fatores de risco e suas implicações na saúde pública.


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A análise sanguínea realizada como parte do inquérito revelou que a situação de saúde de muitos moçambicanos está a deteriorar-se, especialmente no que se refere às doenças metabólicas e à saúde mental. A investigadora do INS destacou que, embora o estudo apresente dados alarmantes, ele fornece uma base sólida para futuras ações de prevenção e controlo.


Intervenções multisectoriais como resposta

Mocumbi indicou que, para lidar com os problemas identificados pelo inquérito, será essencial uma ação coordenada entre diferentes ministérios.

"O Ministério da Saúde, em colaboração com outros sectores como o de transporte e a municipalidade, pode desempenhar um papel crucial na criação de ambientes que incentivem um estilo de vida mais saudável, como melhores infraestruturas para caminhada e espaços para atividades físicas", explicou a investigadora.

Apoio internacional e avanços na prevenção do tabagismo

O representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Moçambique, Inácio Alvarenga, destacou que o acesso a informações de qualidade é um dos principais impulsionadores do desenvolvimento sustentável e da melhoria da saúde pública. Ele felicitou o governo de Moçambique pela sua decisão de priorizar a recolha de dados sobre saúde e riscos para a população, uma iniciativa que contou com o apoio financeiro do governo do Canadá.


Por sua vez, o representante do Alto-Comissariado do Canadá em Moçambique, Ashiraf Assanei, realçou que os resultados do INCRÓNICA 2024 proporcionam uma base sólida para compreender melhor a epidemiologia no país e fortalecer o controle de problemas de saúde pública.

"É encorajador observar que a prevalência do consumo de tabaco tem diminuído, o que reflete os avanços das intervenções multisectoriais. No entanto, ainda existem tendências preocupantes, como o consumo excessivo de álcool e o aumento de casos de suicídio, especialmente entre adolescentes, mulheres e jovens", afirmou Assanei.

A apresentação dos resultados do INCRÓNICA 2024 marca um passo importante para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes em Moçambique, com o objetivo de combater os fatores de risco para doenças crónicas e promover uma saúde mais robusta entre a população.


B.N.


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