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Moçambique Regista Temperaturas Históricas e Ameaça Limite Climático

Homem usa bomba d'água para pegar água em poço
Moçambique Regista Temperaturas Históricas e Ameaça Limite Climático © UNICEF

Moçambique registou em 2024 uma temperatura média "sem precedentes" nos últimos 75 anos, superando em 1,2 graus a média do período anterior. Este aumento coloca o país perto do limiar de 1,5 graus Celsius estipulado pelo Acordo de Paris, cujo objetivo é mitigar os riscos e os impactos das mudanças climáticas.


Temperaturas Extremas e Secas Severas em 2024

De acordo com o relatório anual do Estado do Clima de Moçambique, publicado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inam), este aumento da temperatura está "muito próximo do limiar" estabelecido no Acordo de Paris, que visa manter o aumento da temperatura global abaixo dos 1,5 graus centígrados. O documento sublinha que, apesar de o compromisso do acordo ser limitar o aumento a menos de 2 graus em comparação com os níveis pré-industriais, esforços adicionais são necessários para alcançar a meta mais ambiciosa de 1,5 graus.


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A estação meteorológica de Chingodzi, na província de Tete, foi o local que registou a temperatura mais elevada, com 44,5 graus Celsius no dia 28 de outubro de 2024. Outras regiões também enfrentaram temperaturas extremas, como em Xai-Xai, onde a temperatura atingiu 42,4 graus, e em Maputo, com 43 graus. O estudo revela ainda que dezembro de 2024 foi o mês mais seco de sempre na história recente, com registos de seca severa nas províncias da Zambézia e Sofala, e partes de Niassa, Nampula, Tete, Manica, Inhambane e Gaza.


Mudanças Climáticas e Ciclos de Desastres Naturais

O relatório também destaca a ocorrência de fenómenos climáticos extremos, como secas prolongadas e chuvas excessivas, que evidenciam a aceleração das mudanças climáticas no país. O diretor-geral do Inam, Adérito Aramuge, alertou que os dados indicam um padrão severo de eventos climáticos, como secas persistentes e temperaturas recordes, que têm impacto direto na vida da população.


No que diz respeito aos efeitos da seca, o relatório aponta que foram estabelecidos novos recordes nacionais nas regiões centro e sul do país. Contudo, também se verificou uma precipitação extrema em várias partes de Moçambique. Este cenário de clima extremo tem sido uma constante no país, que é frequentemente atingido por cheias, ciclones tropicais e secas prolongadas.


Entre dezembro de 2023 e março de 2024, Moçambique foi afetado por três ciclones que causaram a destruição de milhares de casas e infraestruturas, além de provocarem a morte de cerca de 150 pessoas nas regiões norte e centro do país. O aumento da frequência e intensidade destes eventos climáticos é um reflexo das mudanças climáticas globais, que têm impactos devastadores para a população moçambicana.


Moçambique continua a ser um dos países mais vulneráveis às alterações climáticas, e a necessidade de estratégias eficazes de adaptação e mitigação é cada vez mais urgente.


M.S.


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