Polónia abate drones russos após violação do seu espaço aéreo
- Monica Stahelin
- há 9 horas
- 2 min de leitura
Varsóvia considera a incursão como “ato de agressão” e conta com apoio da NATO e da força aérea holandesa.
As Forças Armadas da Polónia abateram vários drones que violaram o seu espaço aéreo durante a madrugada desta quarta-feira, numa operação classificada por Varsóvia como uma "incursão sem precedentes" e um "ato de agressão". O alerta foi emitido após drones russos, lançados contra alvos na Ucrânia, entrarem no território polaco, provocando a mobilização imediata das forças nacionais e aliadas da NATO.
De acordo com um comunicado do Comando Operacional das Forças Armadas da Polónia, publicado na rede social X, "as forças polacas e aliadas monitorizaram dezenas de objetos por radar e, considerando aqueles que poderiam representar uma ameaça, o Comandante Operacional decidiu neutralizá-los". Alguns dos drones foram efetivamente abatidos, estando em curso operações para localizar os pontos de impacto.
Resposta conjunta da NATO
Perante a gravidade da situação, o dispositivo de defesa aérea da Polónia foi colocado em alerta máximo, em articulação com a NATO. A força aérea holandesa prestou apoio direto às operações, confirmando a coordenação entre os aliados para salvaguardar o espaço aéreo da Aliança Atlântica.
O ministro da Defesa polaco, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, confirmou que caças polacos dispararam contra "objetos hostis" e sublinhou o contacto permanente com o comando da NATO. Também o primeiro-ministro, Donald Tusk, destacou, através da rede social X, que "a operação está em curso na sequência de múltiplas violações do espaço aéreo polaco. O exército utilizou armas contra esses objetos".
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O alerta abrangeu particularmente as províncias orientais de Podlaquia, Mazóvia e Lublin. À população dessas regiões foi recomendado que permanecesse em casa durante as operações. O principal aeroporto de Varsóvia, Chopin, foi temporariamente encerrado, segundo a Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), devido a "atividade militar imprevista relacionada com a segurança do Estado".
Operações concluídas e tensão crescente
Ao início da manhã, o Comando Operacional anunciou o fim das operações, agradecendo o apoio dos parceiros da NATO e, em especial, da força aérea dos Países Baixos. A incursão foi novamente qualificada como um "ato de agressão", sublinhando o carácter inédito da violação do espaço aéreo de um Estado-membro da Aliança.
A tensão entre Varsóvia e Moscovo tem vindo a aumentar nos últimos meses. Em agosto, a Polónia enviou uma nota de protesto à Rússia após a queda e explosão de um drone no leste do país, classificando o incidente como uma "provocação deliberada".
Numa visita recente à Finlândia, o presidente polaco, Karol Nawrocki, alertou para a possibilidade de Vladimir Putin pretender alargar o conflito para além das fronteiras ucranianas. “Pensamos que Vladimir Putin está pronto para invadir também outros países”, afirmou, sublinhando a necessidade de uma resposta firme e coordenada por parte do Ocidente.
M.S.
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