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Preço do gasóleo fica mais barato do que carregar carro elétrico

Carro carregando
Preço do gasóleo fica mais barato do que carregar carro elétrico ©Adelino meireles

O mercado de veículos elétricos continua a crescer, mas os custos de carregar esses carros na rede pública não param de subir. Em abril de 2024, abastecer um carro elétrico em um posto público tornou-se mais caro do que abastecer um carro a gasóleo. A Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) alerta para o impacto da escalada nos preços, o que pode afastar os portugueses da mobilidade elétrica.


Segundo dados do Observatório da Mobilidade Elétrica, um carregamento de 100 quilómetros em postos públicos custa, em média, 7,89 euros, enquanto no mesmo mês, abastecer um veículo a gasóleo custava 7,40 euros. A UVE nota que, desde janeiro, o preço do quilowatt/hora tem subido constantemente. Pedro Faria, presidente da UVE, destaca que a falta de um preço competitivo pode prejudicar a transição para a mobilidade elétrica, pois muitos consumidores se sentem retraídos pelos custos.


Uma das explicações para a subida de preços é o aumento do número de carregadores de alta potência na rede pública, que, embora carreguem os veículos mais rapidamente, têm tarifas mais elevadas. Além disso, a falta de uma rede suficiente em algumas áreas, especialmente nas grandes cidades, tem gerado sobrecarga, prejudicando a experiência do utilizador. A rede pública de carregamento Mobi.E tem atualmente 6.193 postos e 11.517 tomadas, um aumento significativo em relação ao ano anterior, mas ainda assim insuficiente para a demanda crescente.


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Carregar em casa: uma solução mais económica

Com o aumento dos custos nas estações de carregamento público, muitos consumidores têm optado pelo carregamento doméstico, que se revelou mais barato. A UVE indica que o custo médio de um carregamento doméstico para percorrer 100 quilómetros é de 3,19 euros, cerca de 4,70 euros a menos do que na rede pública. Mariana Ludovino, porta-voz da Deco Proteste, recomenda a instalação de um posto de carregamento em casa, pois, além de ser mais previsível, o carregamento doméstico é mais económico.


A Deco também alerta para a falta de uniformização tarifária entre os operadores de carregamento e sugere que os consumidores programem os carregamentos para horários em que a eletricidade seja mais barata, evitando os períodos de pico.


Desafios no pagamento e na transparência dos preços

Outro ponto de preocupação é a falta de transparência nos preços nos postos públicos. O sistema de pagamento não é intuitivo e exige contratos específicos com fornecedores de eletricidade para mobilidade elétrica, como EDP ou Galp, ou então a utilização de uma app pré-carregada. A Deco defende que todos os postos de carregamento devem permitir o pagamento com cartão, independentemente da potência, e sugere que a informação sobre os preços seja disponibilizada antes de o carregamento ser iniciado, tal como acontece nos postos de combustíveis tradicionais.


A situação evidencia que, enquanto o mercado de carros elétricos cresce, ainda existem desafios significativos a nível de infraestruturas e tarifas, que podem afetar o ritmo da transição para uma mobilidade mais sustentável em Portugal.


B.N.


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