Preço do iPhone nos EUA pode subir até 43% com tarifas
- Beatriz S. Nascimento
- 5 de abr.
- 3 min de leitura

O preço dos iPhones vendidos nos Estados Unidos poderá sofrer um aumento de até 43% devido às tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, particularmente sobre os produtos vindos da China e da Índia. A previsão foi feita pela empresa de investimentos Rosenblatt Securities, em uma análise divulgada pela Reuters, que detalhou o impacto dessas tarifas no valor dos dispositivos da Apple. Esse aumento substancial no preço poderá afetar diretamente o consumidor norte-americano e é resultado das políticas comerciais adotadas durante o mandato de Trump, que visam desincentivar a importação de produtos fabricados no exterior.
O modelo mais avançado, o iPhone 16 Pro Max, que atualmente custa US$ 1.599 (aproximadamente R$ 9.002), poderá ver seu preço disparar para até US$ 2.300 (cerca de R$ 12.948), caso a Apple decida manter sua margem de lucro diante do aumento dos custos de produção. A empresa também poderá ser afetada em relação a outros produtos da sua linha, com aumentos previstos de 42% no iPad e 39% nos computadores Mac. A situação cria um cenário delicado para a empresa, que enfrenta desafios em um mercado já saturado e com uma queda nas vendas.
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O impacto das tarifas e a dependência da China
As tarifas de 34% aplicadas sobre os produtos fabricados na China são as mais prejudiciais para a Apple, visto que a gigante da tecnologia mantém quase 90% de sua produção em fábricas chinesas. Isso significa que a maior parte dos componentes do iPhone, como chips, telas e baterias, provém de fornecedores localizados nesse país. Apesar de a Apple também ter instalações de fabricação na Índia e em países como o Brasil, a produção nestes locais é significativamente menor, o que torna a dependência da China ainda mais evidente. Além disso, as tarifas de 10% impostas a todos os produtos vendidos para os EUA, independentemente do país de origem, também afetam diretamente os preços de venda.
No caso específico do iPhone 16 Pro Max, o aumento do preço não se limita à produção na China. O dispositivo conta com peças de diferentes países, incluindo Japão, Coreia do Sul e outros mercados asiáticos, todos afetados pelas tarifas comerciais dos EUA. Se os fornecedores desses componentes decidirem aumentar seus preços para compensar as tarifas, o custo final do aparelho poderá subir ainda mais, aumentando o impacto financeiro para os consumidores.
O futuro da produção e os desafios da Apple
A Apple, embora já tenha diversificado parcialmente sua cadeia de produção, ainda depende substancialmente da China. No atual cenário, a empresa pode ser forçada a escolher entre duas opções: reduzir sua margem de lucro por unidade vendida ou repassar integralmente os aumentos de custo para os consumidores. Para uma empresa do porte da Apple, essa decisão não é simples, pois pode afetar a competitividade do produto no mercado, principalmente com a crescente competição de outras marcas de smartphones.
Além disso, a Apple também pode optar por seguir a recomendação do governo norte-americano de investir mais na produção doméstica, o que incluiria a construção de novas fábricas nos Estados Unidos. Essa estratégia de "relocalização" da produção, no entanto, será um processo demorado e complexo, que exigirá investimentos substanciais e adaptação das fábricas e da cadeia de fornecimento. Mesmo que a Apple consiga mover parte de sua produção para solo norte-americano ao longo dos próximos anos, os preços dos dispositivos devem continuar elevados até que a transição seja completa.
Efeitos a longo prazo para os consumidores
Enquanto o processo de adaptação da Apple e de outras empresas que dependem da produção estrangeira para os Estados Unidos ocorre de forma gradual, os consumidores norte-americanos devem se preparar para os preços mais altos dos iPhones e outros produtos da Apple. A inflação nos preços desses dispositivos pode afetar ainda mais o mercado de tecnologia, que já está lidando com uma desaceleração nas vendas, especialmente de smartphones, que atingiram um nível de saturação nos principais mercados globais. Além disso, esse aumento de preços pode prejudicar a percepção dos consumidores em relação à Apple, levando-os a procurar alternativas mais acessíveis de outras marcas.
A situação é complexa e terá repercussões para a Apple, seus consumidores e, em última instância, para a economia global. A forma como a gigante da tecnologia irá reagir a essas pressões, ao mesmo tempo em que busca manter sua liderança no setor, será crucial para o futuro da empresa e da indústria de smartphones como um todo.
B.N.
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