Primeira bebé nascida no Reino Unido após transplante de útero
- Monica Stahelin
- 8 de abr.
- 3 min de leitura
Grace Davidson, uma mulher de 36 anos do norte de Londres, viveu o momento de uma vida ao dar à luz a sua filha, Amy Isabel, a primeira criança nascida no Reino Unido a partir de um transplante de útero. A criança, que recebeu o nome em homenagem à tia, Amy Purdie, que lhe doou o útero, marca um avanço significativo na medicina e oferece esperança a muitas mulheres com problemas de fertilidade.
Transplante de útero: uma conquista científica
Em 2023, Grace, que nasceu com uma condição rara chamada Síndrome de Mayer-Rokitansky-Küster-Hauser (MRKH), que impede o desenvolvimento do útero, recebeu o órgão da sua irmã mais velha, Amy. A operação, a primeira do género no Reino Unido, foi um sucesso, e poucos meses depois, um embrião criado anteriormente foi transferido para o útero transplantado, o que resultou numa gravidez bem-sucedida.
Amy Isabel nasceu a 27 de fevereiro no Hospital Queen Charlotte’s e Chelsea, em Londres, por cesariana planeada, com a mãe a destacar o enorme "choque" de finalmente segurar a filha nos seus braços, após anos de tratamentos e espera. "Foi o maior presente que poderíamos ter pedido", disse Grace, visivelmente emocionada com a chegada da filha, que passou os primeiros dias de vida na unidade hospitalar para estabilizar a amamentação e tratar de uma ligeira icterícia.
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Transplante de útero oferece nova esperança a mulheres
O parto foi um momento de grande emoção para o casal, que tinha sonhado com a chegada de uma criança desde o início do seu casamento.
"A sala estava cheia de pessoas que nos ajudaram ao longo desta jornada e foi um momento indescritível, cheio de amor e alegria", afirmou o pai, Angus Davidson.
O transplante de útero foi precedido de um intenso processo de fertilização in vitro (FIV), no qual Grace e Angus criaram sete embriões, sendo um deles escolhido para a transferência após a cirurgia de transplante. O procedimento foi realizado sob a supervisão de uma equipa de médicos liderada pelo Professor Richard Smith, que se emocionou ao ver o resultado do trabalho realizado ao longo de 25 anos de pesquisa. "É uma alegria imensa, algo inimaginável quando começámos com este estudo", disse o professor, referindo-se ao nascimento de Amy Isabel.
Amy Purdie, que não pôde estar presente no nascimento devido à distância, expressou a sua felicidade ao ver a irmã realizar o sonho de ser mãe.
"Foi uma verdadeira alegria assistir Grace e Angus a tornarem-se pais. Não hesitei em doar o meu útero, porque sabia que era a coisa certa a fazer", afirmou.
Este marco científico e médico oferece novas possibilidades para muitas mulheres que, como Grace, nasceram sem útero ou enfrentam dificuldades em conceber. A realização do transplante de útero no Reino Unido oferece uma nova esperança e pode abrir portas para futuros procedimentos que ajudem outras famílias a concretizarem o seu sonho de ter filhos.
O futuro do transplante de útero no Reino Unido
O futuro do programa de transplantes de útero no Reino Unido está a ser apoiado por organizações como a Womb Transplant UK, que já realizou quatro transplantes e está a angariar fundos para continuar a sua missão.
Grace Davidson expressou a sua gratidão por poder viver este momento: "É maravilhoso saber que outras mulheres terão agora a opção que eu nunca pensei ser possível." A história de Amy Isabel é, assim, uma verdadeira inspiração para todos aqueles que enfrentam desafios semelhantes.
M.S.
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Que notícia incrível e inspiradora, com certeza isso vai transformar a história da medicina.