Primeiro filme musical angolano estreia em Nova Iorque
- Monica Stahelin
- 7 de mai.
- 2 min de leitura

“As Aventuras do Angosat” leva ópera hip hop do Cazenga ao Festival de Cinema Africano de Nova Iorque.
O primeiro filme musical angolano, As Aventuras do Angosat, fará a sua estreia mundial no próximo dia 18 de maio no Festival de Cinema Africano de Nova Iorque, marcando um momento inédito na cinematografia do país. A obra será exibida no Maysles Cinema, no Harlem, com presença confirmada do seu criador, Isis Hembe, para uma sessão de perguntas e respostas.
A história por trás de "As Aventuras do Angosat"
A longa-metragem de 34 minutos mistura hip hop e ópera numa narrativa futurista e simbólica. Inspirado no lançamento e desaparecimento do primeiro satélite angolano, o Angosat, em 2017, o filme segue a personagem Man Ré, um cientista angolano que parte para o espaço em busca de vida inteligente e acaba por refletir sobre a consciência e diversidade humanas.
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Originalmente concebido como uma peça teatral, o projeto foi adaptado ao cinema com realização partilhada entre Isis Hembe e o jornalista catalão Marc Serena, responsável por documentários premiados como Tchindas. O artista visual Resem Verkron, conhecido pelo seu trabalho em curtas-metragens de temática social, também integra a correalização.
Diversidade e Inclusão no Elenco e na Mensagem do Filme
A ação decorre nas ruas do bairro do Cazenga, em Luanda, ao som de batidas urbanas fundidas com quissanje, instrumento tradicional angolano. O elenco, maioritariamente composto por pessoas com diferentes capacidades, reforça a mensagem de inclusão que atravessa toda a narrativa. Entre os destaques está o dançarino Scott Suave, que apesar de ter perdido um braço e uma perna, continua activo no mundo da dança.
O filme apresenta diálogos em diversas línguas, incluindo língua gestual angolana, utilizada por dois dos intérpretes principais, Celeste Wacalenda e Domingos Malebo, além de músicas em Umbundu, a língua mais falada em Angola.
Estreias internacionais e nacionais
Depois da estreia nos Estados Unidos, o filme será exibido em Portugal a 7 de junho no âmbito do FEStin — Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa — em Lisboa. Já em Angola, a estreia está marcada para 20 de junho com uma sessão gratuita no Cine São Paulo, em Luanda.
Para Isis Hembe, que utiliza cadeira de rodas desde criança devido à poliomielite e ao contexto de guerra civil em Angola, o filme é também um manifesto político. “A diferença deve ser tida em conta na construção deste espaço coletivo a que chamamos Angola”, afirmou, reforçando o valor da diversidade enquanto recurso essencial para a sociedade.
M.S.
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Que incrível! Um marco na cinematografia angolana e no cinema africano!