Produção de carros cresce no Brasil, mas Selic acende alerta no setor
- Monica Stahelin
- 9 de mai.
- 2 min de leitura

A fabricação de veículos no Brasil registou um crescimento expressivo de 6,7% entre janeiro e abril de 2025, ultrapassando as 811 mil unidades — o maior volume para o período desde 2019 — segundo informações da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O mês de abril se destacou, com 228,2 mil veículos produzidos, o maior número em seis anos. Em relação a março, a produção teve uma alta superior a 20%.
Apesar do crescimento, o mercado interno apresentou uma queda de 7% nas vendas comparado a abril de 2024, com 209 mil unidades adquiridas. No acumulado do ano, as vendas somam 760 mil carros, um aumento de 3,4% em relação ao ano passado. No entanto, a Anfavea observa um crescimento de 18,7% nas vendas de carros importados, especialmente da China, enquanto os carros nacionais apresentaram um crescimento mais modesto de 0,2%.
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Exportações de carros disparam 47,8% no quadrimestre
As exportações do setor automotivo também apresentaram resultados favoráveis, com o Brasil embarcando 46,3 mil veículos para o exterior apenas em abril e somando quase 162 mil unidades nos primeiros quatro meses do ano — um crescimento de 47,8% comparado ao mesmo intervalo de 2024. A Argentina se destacou como principal destino, comprando cerca de 60% das exportações brasileiras, um aumento considerável em relação ao ano passado, quando o país comprava menos de 35%.
Setor Automotivo Alerta para Impactos da Alta da Selic
Apesar dos números positivos, o setor automotivo segue atento à alta da taxa Selic, que chegou a 14,75% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. A Anfavea expressa preocupação com o impacto dessa taxa sobre o financiamento de veículos e a demanda interna, alertando para um possível "grande problema no fluxo de emplacamentos" no segundo semestre, caso a Selic continue a subir. O presidente da entidade, Igor Calvet, indicou que a projeção de crescimento do setor poderá ser revista, dependendo das futuras decisões do Banco Central.
M.S.
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