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Protestos e Medo: Estudante Palestiniano Detido em Columbia

Protestantes acampados em frente à universidade
Protestos e Medo: Estudante Palestiniano Detido em Columbia © AP Photo/Andres Kudacki, File

A detenção de Mahmoud Khalil, estudante palestiniano e residente legal permanente nos Estados Unidos, gerou grande apreensão entre os estudantes internacionais na Universidade de Columbia. O incidente ocorreu no sábado à noite, quando autoridades de imigração prenderam Khalil, graduado em Dezembro pela Escola de Assuntos Internacionais e Públicos da universidade, na sua residência universitária.


Embora não tenha sido formalmente acusado de crime algum, Khalil foi detido por agentes do Departamento de Segurança Interna (DHS), que justificaram a sua prisão com a alegação de que as suas atividades estavam "alinhadas com o Hamas". Esta acusação não foi detalhada pelas autoridades, e, até ao momento, não foram divulgadas informações sobre a legislação que sustentaria a detenção. O presidente Donald Trump afirmou que a presença de Khalil nos EUA era "contrária aos interesses da política interna e externa do país".


O caso gerou uma onda de receio entre os estudantes internacionais de Columbia, muitos dos quais afirmam sentir-se inseguros e temem represálias semelhantes. "A situação está tensa e os estudantes estão assustados", afirmou Ava Lyon-Sereno, estudante do terceiro ano da universidade e participante nos protestos contra a guerra em Gaza no verão passado. Segundo Lyon-Sereno, a universidade não tem adotado uma postura firme contra as ações do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA), o que aumenta o temor entre os alunos estrangeiros.


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Críticas à Universidade e Sentimento de Vulnerabilidade

A prisão de Khalil surge após a universidade ter emitido novas diretrizes sobre como lidar com agentes do ICE em suas instalações, permitindo a entrada de agentes em circunstâncias excepcionais, como em casos urgentes. Para muitos estudantes, a falta de uma resposta mais robusta da instituição alimenta o sentimento de vulnerabilidade.


A situação é particularmente crítica para os estudantes da Escola de Assuntos Internacionais e Públicos, onde mais de 50% dos alunos são internacionais. Bonnie, uma estudante da universidade, expressou sua frustração: "O campus deixou de ser apenas hostil; tornou-se um ambiente que não favorece a aprendizagem." Outros alunos também criticaram a falta de proteção da universidade, especialmente considerando que a prisão de Khalil aconteceu em alojamentos universitários.


Além de condenar a prisão, grupos de defesa de direitos civis, como a União de Liberdades Civis de Nova Iorque, denunciaram a detenção como uma "escala assustadora na repressão do discurso pró-Palestina e um abuso agressivo da lei de imigração". A congressista Alexandria Ocasio-Cortez também se pronunciou, alertando para os riscos que esta detenção representa para as liberdades civis nos EUA.


O Impacto Político e a Resposta da Administração Trump

A prisão de Khalil é a primeira ação pública conhecida da administração Trump para deportar estudantes internacionais envolvidos em protestos contra a guerra de Gaza, uma promessa feita durante a campanha eleitoral. Trump celebrou a detenção em uma publicação nas redes sociais, afirmando que mais prisões e deportações ocorreriam, especialmente para aqueles envolvidos em atividades "anti-americanas e anti-semitas".


Este caso levanta questões sobre a liberdade de expressão e a segurança dos estudantes internacionais em um ambiente cada vez mais polarizado. A detenção de Khalil também ocorre no contexto da recente retirada de fundos federais da Universidade de Columbia, após alegações de assédio antissemita no campus.


O futuro de Khalil permanece incerto, e a comunidade universitária de Columbia continua a enfrentar uma crescente sensação de insegurança, à medida que a repressão à dissidência política parece intensificar-se.


M.S.


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