Protestos nas Canárias contra turismo de massas
- Beatriz S. Nascimento
- há 3 dias
- 2 min de leitura

As Ilhas Canárias, em Espanha, estão a viver uma onda de protestos contra o turismo de massas, com milhares de residentes a saírem às ruas para manifestar o seu descontentamento com os impactos negativos do turismo em massa. A demonstração está a causar distúrbios nas férias de milhares de turistas britânicos que se encontram na região.
Os protestos, com o lema "Canarias tiene un limite" (As Canárias têm um limite), estão a ser realizados nas sete principais ilhas do arquipélago: Tenerife, Gran Canaria, Fuerteventura, El Hierro, La Palma, La Gomera e Lanzarote. Os manifestantes exigem que as autoridades adotem medidas para limitar o impacto do turismo de massa, como a redução de arrendamentos de curto prazo e a criação de mais habitação acessível para os residentes permanentes das ilhas.
Exigência de um modelo mais sustentável
As manifestações têm também ocorrido noutras cidades espanholas, como Barcelona, Valência e Madrid, onde a oposição ao turismo estrangeiro tem vindo a crescer nos últimos meses. Em 2024, as Ilhas Canárias registaram um número recorde de turistas, com 1,55 milhões de visitantes só em março.
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Os residentes das ilhas afirmam estar fartos de uma economia dependente do turismo de massas e da crescente desigualdade que coloca os habitantes locais fora de suas próprias casas. O apelo é para uma mudança para um modelo sustentável que proteja o meio ambiente e o bem-estar local.
Tensão nas praias e apelos à mudança
Com o verão a chegar, os protestos revelam um sentimento crescente entre os residentes, já que pouco foi feito para resolver as questões habitacionais e de infraestrutura. Em outubro, milhares de pessoas participaram em marchas nas Ilhas Canárias, enquanto turistas observavam a cena. Durante uma dessas manifestações, os marchantes desviaram-se do percurso planeado e caminharam pela areia na Praia Troya, uma das mais populares de Las Américas, no sul da ilha de Tenerife.
Os manifestantes gritaram "Canarias No Se Vende" (As Canárias Não Estão À Venda), enquanto tocavam tambores, assobiavam e agitavam as bandeiras das Ilhas Canárias, enquanto os turistas, incluindo britânicos, tomavam banhos de sol nas proximidades. Outros protestantes também entoaram o grito "No hay camas pa’ tanto guiri" (Não há camas para tantos estrangeiros), expressando a frustração com a saturação do mercado turístico.
Esta crescente insatisfação coloca a região em alerta, com uma possível escalada de protestos à medida que a temporada de férias de verão se aproxima.
B.N.
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