Saúde em greve: profissionais ameaçam intensificar protesto
- Monica Stahelin
- 22 de abr.
- 2 min de leitura

Os profissionais de saúde moçambicanos ameaçam endurecer a greve iniciada na passada quinta-feira, 17 de Abril, caso o Governo continue sem dar resposta às suas reivindicações. A paralisação, que tem duração prevista de 30 dias e poderá ser prorrogada, actualmente limita-se à prestação de serviços entre as 07h30 e as 15h30.
A exigência central dos profissionais passa pela melhoria das condições das unidades sanitárias, entre outras preocupações que têm vindo a ser ignoradas pelas autoridades, segundo denunciam os grevistas.
Reivindicações sem resposta aumentam frustração
Hoje, em Maputo, durante uma conferência de imprensa, Anselmo Muchave, presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM), declarou que a paciência dos profissionais de saúde está a se esgotar.
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“Se até ao final desta semana não houver avanços nas negociações, seremos obrigados a agravar ainda mais a greve”, declarou.
Muchave adiantou que, embora alguns membros tenham sugerido uma retirada total dos serviços, a associação decidiu conceder mais uma oportunidade ao Governo.
Visivelmente agastado, o dirigente criticou a falta de diálogo por parte do Executivo, sublinhando que, desde a tomada de posse do novo Presidente da República, em Janeiro, os profissionais de saúde têm feito sucessivas tentativas para estabelecer contacto com as autoridades, sem sucesso.
“Não somos escravos na nossa própria terra”
“O Governo não pode continuar a insinuar que é estranho haver insistência da nossa parte, quando temos vindo a solicitar diálogo desde o início do ano. Já estamos em Abril e continuamos sem qualquer resposta”, lamentou.
Muchave reforçou ainda o sentimento de desvalorização da classe, lembrando o papel essencial que os profissionais de saúde desempenharam em contextos de emergência:
“Depois de tantas situações de risco, de tanto sangue e sofrimento que assistimos, esperávamos, no mínimo, um reconhecimento. Mas nem um agradecimento surgiu. Por isso, afirmamos com firmeza: não somos escravos na nossa própria terra.”
M.S.
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