Sindicato denuncia contratações irregulares na Globo após caso de Rafa Vitti
- Beatriz S. Nascimento
- 15 de fev.
- 2 min de leitura
A contratação de atores sem registro profissional voltou a ser discutida no Brasil após a revelação de que o ator Rafael Vitti não possuía o DRT (documento obrigatório para atuar em novelas, séries e filmes). A situação reacendeu a polêmica sobre o valor atribuído às qualificações técnicas em produções audiovisuais, especialmente com a crescente presença de influenciadores digitais nas telas.
A falta de qualificação técnica nas produções
Em entrevista à revista Contigo!, Hugo Gross, presidente do Sindicato dos Artistas do Rio de Janeiro (Sated-RJ), afirmou que a entidade poderia ter barrado o pedido de Vitti, mas que decidiu analisar o histórico do ator na televisão antes de tomar qualquer medida. Ele ressaltou que o papel do sindicato é proteger o trabalhador da arte, mas também permitir que aqueles que buscam regularização possam se profissionalizar, desde que se dediquem ao estudo e aperfeiçoamento da arte.
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Críticas ao foco em números e engajamento nas emissoras
Gross fez duras críticas à política das emissoras, em especial à TV Globo, por priorizarem o engajamento digital e a audiência em detrimento da formação técnica dos profissionais. Para ele, a contratação de influenciadores sem formação adequada compromete a qualidade da atuação. O presidente do Sated-RJ criticou a lógica das emissoras que contratam pessoas com grandes números de seguidores nas redes sociais, sem avaliar a competência técnica para a interpretação e o desempenho em cena.
Emissoras devem valorizar o profissionalismo
Embora Vitti tenha regularizado sua situação, Gross destacou que a responsabilidade maior recai sobre as emissoras, que muitas vezes contratam atores sem o DRT, visando apenas o retorno financeiro e a audiência. Ele também questionou a forma como as emissoras tratam os veteranos, que muitas vezes são descartados sem reconhecimento pelo trabalho que realizaram ao longo dos anos.
Fiscalização rigorosa do sindicato
O presidente do Sated-RJ garantiu que a fiscalização sobre as contratações irregulares continuará rigorosa e que o sindicato está atento para impedir que produtoras burlam as exigências legais. O caso de Vitti evidenciou um problema maior na indústria audiovisual e reacendeu a discussão sobre a valorização da qualificação profissional e a responsabilidade das emissoras no processo de formação de elenco.
Essa polêmica coloca em cheque a disputa entre o engajamento digital e a competência técnica nas produções audiovisuais, reforçando a necessidade de um debate sobre a formação e a valorização do trabalho artístico no país.
B.N.
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