Sofala enfrenta crise alimentar com 99 mil afetados pelo El Niño
- Monica Stahelin
- 10 de fev.
- 2 min de leitura

A província de Sofala, no Centro de Moçambique, está a viver uma grave crise de insegurança alimentar, com cerca de 99 mil pessoas no distrito de Caia a enfrentar escassez de alimentos. O fenómeno climático El Niño, que provoca seca extrema, é apontado como a principal causa desta situação, afetando principalmente as aldeias de Chatala e Magagade, nos postos administrativos de Sena e Murassa.
Impacto nas comunidades e destruição agrícola agravam a crise
De acordo com Nobre dos Santos, administrador local, a crise tem afetado a maioria da população, sendo que mais de cinco mil famílias já estão a receber apoio alimentar, mas muitos continuam sem assistência. O administrador também apontou a destruição de culturas agrícolas por animais bravios como um agravante da situação.
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Além do distrito de Caia, outras áreas de Sofala, como o distrito de Chibabava, também estão a viver graves dificuldades. Hélder Alberto, diretor dos serviços distritais de atividades económicas de Chibabava, informou que cerca de 32 mil famílias na região enfrentam insegurança alimentar, especialmente no posto administrativo de Goonda, tradicionalmente um grande celeiro de produção de cereais. O apoio do Governo local já chegou a 4.100 famílias, mas a situação continua a ser preocupante.
Aumento das necessidades humanitárias e desafios globais
A situação não se limita apenas a Sofala. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou para o aumento das necessidades humanitárias em Moçambique. Estima-se que cerca de 4,8 milhões de pessoas precisem de ajuda urgente, incluindo 3,4 milhões de crianças, devido à combinação de crise alimentar, seca e emergências de saúde pública.
Com o El Niño a afetar grande parte do país, estima-se que, entre outubro de 2024 e março de 2025, cerca de 1,8 milhão de pessoas possam sofrer de insegurança alimentar, especialmente nas regiões Centro e Sul de Moçambique. O impacto das mudanças climáticas, incluindo secas e ciclones tropicais, tem sido cada vez mais intenso, deixando as comunidades vulneráveis a múltiplas crises.
A necessidade de assistência humanitária é urgente, e o Unicef solicitou um financiamento de 64 milhões de dólares para apoiar as famílias afetadas. A situação em Moçambique reflete as severas consequências das alterações climáticas globais, com secas prolongadas, mas também chuvas torrenciais em outras partes da África Oriental, como Quénia e Somália, agravando ainda mais a crise.
M.S.
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