UNITA critica Governo por falhas graves no combate à cólera
- Monica Stahelin
- 22 de abr.
- 2 min de leitura

A UNITA acusou esta segunda-feira o Governo angolano de demonstrar total incapacidade no combate à epidemia de cólera que alastra pelo país, considerando-a a mais grave dos últimos 30 anos. A crítica foi feita por Anastácio Rúben Sicato, ministro da Saúde do "governo sombra" da UNITA, durante uma conferência de imprensa em que destacou a gravidade da situação sanitária nacional.
Desde o início do surto, em 7 de janeiro, Angola já registou 14.374 casos e 513 mortes, segundo dados oficiais do Ministério da Saúde. Nos últimos 60 minutos, registaram-se 284 novos casos, com a província de Benguela a tornar-se agora o principal foco da epidemia.
“Estamos perante uma epidemia em expansão nacional”
Para a UNITA, esta não é apenas mais uma crise sanitária. Segundo Sicato, o país vive uma verdadeira epidemia de cólera em fase de expansão nacional, expondo fragilidades profundas no sistema de saúde pública e no saneamento básico.
“Esta situação revela a enorme dificuldade que o Executivo teve para conter a propagação da doença desde o seu surgimento”, afirmou.
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A organização opositora apontou três grandes preocupações: o alastramento contínuo da doença, a elevada taxa de mortalidade — atualmente nos 3,6%, acima da média mundial de 1,9% e da africana de 2,9% — e a gravidade do atual surto em comparação com anteriores. Recorda-se que, no último surto entre 2016 e 2017, Angola registou apenas 252 casos e 11 mortos.
Medidas urgentes e apelo à institucionalização das autarquias
A UNITA propôs um conjunto de medidas de ação imediata, nomeadamente: reforço da comunicação pública sobre a epidemia, melhoria urgente no acesso a água potável e saneamento básico, bem como maior mobilização da sociedade civil para travar o avanço da doença.
O partido voltou a apelar ao Governo liderado pelo MPLA para que avance com reformas estruturantes, entre elas a institucionalização das autarquias locais. Segundo Sicato, estas permitiriam aproximar os serviços públicos das populações e dar respostas mais eficazes às carências em saúde e infraestruturas básicas.
Além disso, defendeu a reorientação dos investimentos da saúde terciária — como hospitais de referência — para a saúde primária, argumentando que a prevenção e os cuidados básicos devem ser priorizados num país com desafios profundos ao nível da saúde pública.
M.S.
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