Violência no Futebol de Formação Aumenta a Níveis Alarmantes
- Beatriz S. Nascimento
- 26 de abr.
- 2 min de leitura

A violência no futebol de formação tem vindo a crescer de forma preocupante, com um aumento significativo de ocorrências registadas nas últimas épocas. De acordo com o Relatório de Análise da Violência Associada ao Desporto (RAViD), o número de casos passou de 109 em 2019/20 para 595 em 2023/24, um recorde desde que os dados começaram a ser recolhidos.
Este crescimento tem deixado os intervenientes do futebol de formação alarmados, especialmente após incidentes como o ocorrido no sábado de Páscoa, num torneio juvenil no Porto. O vídeo, que circulou nas redes sociais, mostrou cenas de agressões entre jogadores do SC Cruz e do Meyrin FC, o que gerou grande repercussão devido à presença de equipas estrangeiras no evento. Para Hélder Pereira, presidente do SC Cruz, a falta de intervenção das autoridades pode agravar ainda mais o problema: “Se continuar assim, a violência vai aumentar, porque não há controlo e quem a pratica não sofre consequências”.
Falta de Policiamento Contribui para o Aumento da Violência
A falta de policiamento em muitos jogos, devido à escassez de recursos da Polícia de Segurança Pública (PSP) e da Guarda Nacional Republicana (GNR), tem sido apontada como uma das principais causas para o aumento dos incidentes. Nos últimos anos, muitas competições têm recorrido a empresas de segurança privada, como foi o caso no torneio do Campo do Outeiro, o que, segundo Pereira, não garante a mesma autoridade e respeito que os agentes da PSP poderiam impor.
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No entanto, os dados fornecidos pela PSP indicam que a presença policial tem um impacto significativo na redução de incidentes. Entre julho de 2024 e fevereiro deste ano, a PSP cobriu 3998 eventos de futebol de formação e registou incidentes em apenas 75 deles, representando 1,87% do total. Apesar de uma ligeira diminuição nos casos de violência, o número de ocorrências ainda é alarmante.
Medidas de Prevenção e Compromisso com a Ética
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e as associações distritais são responsáveis pela organização das competições, mas a avaliação de riscos e a exigência de segurança varia consoante a categoria e a gravidade dos incidentes. Além disso, os clubes estão obrigados a nomear um gestor de segurança formado para prevenir e combater a violência no desporto, bem como realizar ações de sensibilização junto dos pais e atletas.
Após os incidentes no torneio do Porto, o SC Cruz decidiu suspender as equipas sub-17 e abrir um inquérito. Hélder Pereira reforçou que a medida visa demonstrar que o clube não tolera violência nem atitudes desrespeitosas, reafirmando o compromisso da instituição com a ética e o respeito dentro e fora de campo.
O aumento da violência no futebol de formação levanta questões urgentes sobre a segurança nas competições e a necessidade de ações mais eficazes para garantir um ambiente saudável e seguro para jovens atletas.
B.N.
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