Virginia Giuffre, acusadora de príncipe Andrew, morre aos 41
- Beatriz S. Nascimento
- 26 de abr.
- 3 min de leitura

Virginia Giuffre, conhecida por ser uma das sobreviventes mais destacadas do tráfico sexual e por ter processado o príncipe Andrew por abuso sexual, faleceu na sexta-feira, aos 41 anos, na sua propriedade em Neergabby, na Austrália Ocidental. A causa da sua morte está a ser investigada pelas autoridades, que descartaram, em um primeiro momento, qualquer suspeita de crime.
Luta incansável contra o abuso e impacto na vida de sobreviventes
A família de Giuffre emitiu uma declaração emocionada, lembrando a sua luta incansável contra o abuso sexual e a sua incansável defesa dos direitos das vítimas. No comunicado, foi afirmado que ela foi uma "guerreira feroz" na luta contra o abuso, mas que o peso da experiência traumática tornou-se insuportável. "Ela era a luz que iluminava tantos sobreviventes. Apesar de todas as adversidades que enfrentou na vida, ela brilhava intensamente. Sentiremos a sua falta além das palavras", afirmou a família, que destacou os três filhos de Virginia — Christian, Noah e Emily — como o "brilho da sua vida".
Acusações contra o príncipe Andrew e o legado de Giuffre
Virginia Giuffre ganhou notoriedade ao denunciar os abusos cometidos por Jeffrey Epstein, o financista pedófilo condenado, e pela sua relação com a ex-namorada de Epstein, Ghislaine Maxwell. Giuffre acusou ambos de a terem traficado para o príncipe Andrew quando tinha apenas 17 anos, uma alegação que o príncipe nega. A denúncia tornou-se um dos casos centrais nas investigações contra Epstein, que levou à sua prisão e morte em circunstâncias controversas.
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A polícia da Austrália Ocidental confirmou que foi chamada a uma propriedade em Neergabby, na sexta-feira à noite, após relatos de uma mulher inconsciente. Os serviços de emergência prestaram primeiros socorros, mas Giuffre foi declarada morta no local. Detetives da equipa de crimes maiores estão a investigar a morte, com a primeira análise indicando que não há sinais de que o falecimento tenha sido resultante de crime.
Dini von Mueffling, publicista de longa data de Giuffre, expressou profundo pesar pela perda, chamando-a de "uma das pessoas mais extraordinárias que já tive a honra de conhecer". Sigrid McCawley, advogada de Giuffre, também prestou homenagem à sua coragem e força, dizendo: "O mundo perdeu uma pessoa incrível hoje. Descanse em paz, meu anjo doce."
Uma vida marcada pela dor e pela coragem
Giuffre, nascida nos Estados Unidos, morava na Austrália há vários anos e tornou-se uma defensora dos sobreviventes de tráfico sexual, depois de ter emergido como uma figura central na queda do financista Epstein. Além de processar Epstein, Giuffre foi uma das principais figuras que ajudaram a dar visibilidade aos abusos sofridos por muitas outras vítimas do tráfico sexual.
A morte de Virginia Giuffre marca o fim trágico de uma vida marcada pela dor, mas também pela coragem em lutar contra um sistema de abuso que afetou inúmeras vítimas. A sua história continuará a inspirar aqueles que lutam pela justiça e pelos direitos dos sobreviventes de abuso sexual e tráfico humano.
B.N.
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