BFA entra em bolsa em setembro na maior operação da BODIVA
- Monica Stahelin
- há 6 horas
- 2 min de leitura

A venda de cerca de 30% do capital do Banco de Fomento Angola (BFA) arranca entre a primeira e a última semana de setembro, marcando o início de uma das mais significativas privatizações da história recente do mercado de capitais angolano.
A operação, que decorrerá na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), está avaliada em mais de 200 milhões de euros e abre espaço para a participação de investidores institucionais e particulares.
De acordo com o Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), o Estado angolano alienará 15% da sua participação no BFA por via da Unitel, enquanto o Banco BPI disponibilizará 14,6%, perfazendo um total de 29,6% do capital social do banco. Um por cento das ações destinadas à venda será reservado aos trabalhadores da instituição.
Momento histórico para o mercado de capitais angolano
O Presidente do Conselho de Administração do IGAPE, Álvaro Fernão, destacou a relevância desta operação, classificando-a como “a maior já realizada na BODIVA”. Segundo o responsável, esta etapa representa não apenas um passo decisivo para atrair grandes investidores internacionais, como também uma oportunidade inédita para milhares de pequenos investidores nacionais se tornarem acionistas de uma das maiores instituições financeiras do país.
A confirmação do cronograma foi feita durante a segunda reunião ordinária da Comissão Nacional Interministerial do Programa de Privatizações (CNI-PROPRIV), que decorreu em Luanda. A sessão validou o calendário de alienação de ativos até ao final de 2026, no âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV).
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Privatizações continuam a marcar agenda económica
Além do BFA, o lote de empresas a serem privatizadas este ano inclui o Standard Bank Angola, a operadora de telecomunicações Unitel e a TV Cabo. No primeiro semestre de 2025, o Governo angolano já concretizou a venda de diversos ativos, como a Fábrica de Cimento Cif, a Unidade de Montagem de Automóveis da Zona Económica Especial, a Cervejeira Bela e um supermercado, com um valor acumulado de 200 mil milhões de kwanzas.
Álvaro Fernão destacou ainda que alguns desses projetos já se encontram em fase de implementação. A unidade de montagem automóvel deverá iniciar operações em novembro, com a criação prevista de mais de mil postos de trabalho, enquanto a fábrica de cimento emprega atualmente entre 900 e mil trabalhadores, número que deverá crescer nos próximos meses.
Desde o início do PROPRIV, em 2019, o Executivo angolano celebrou contratos relativos a ativos no valor aproximado de um bilião de kwanzas, tendo conseguido angariar 640 mil milhões de kwanzas através da alienação de 103 ativos do Estado.
M.S.
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