Líder de culto rave no Reino Unido condenado por abusos sexuais a fiéis
- Monica Stahelin
- há 8 horas
- 2 min de leitura

O reverendo Christopher Brain, ex-líder do movimento religioso progressista Nine O’Clock Service (NOS), foi considerado culpado de 17 crimes de abuso sexual indecente contra nove mulheres, entre as suas fiéis, num julgamento que decorreu em Londres.
Culto com estilo rave e controlo sobre seguidores
Nos anos 80 e 90, Brain liderou o NOS, uma congregação que combinava elementos de cultura rave com o culto cristão tradicional, atraindo centenas de jovens a igrejas e a eventos em centros de lazer em Sheffield, Inglaterra. O grupo era conhecido pela forte presença feminina, com mulheres que integravam uma equipa doméstica, apelidadas de “freiras de lycra”, que cuidavam da casa do reverendo e o apoiavam em diversas tarefas, incluindo massagens para aliviar as suas dores de cabeça.
Durante o julgamento, foi revelado que Brain exercia grande controlo sobre as seguidoras, que eram isoladas das suas famílias e encorajadas a dedicar-lhes tempo, dinheiro e até a sua identidade pessoal. Algumas alegaram que o líder utilizava a ideia de “cura sexual” para justificar os abusos, tendo inclusive uma mulher testemunhado que via Brain quase como uma figura divina e sentia-se incapaz de abandonar o grupo.
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Julgamento e acusações de abuso
Christopher Brain enfrentou inicialmente 37 acusações, incluindo uma de violação e várias de abuso sexual indecente que ocorreram entre 1981 e 1995. O júri declarou-o culpado em 17 desses casos, enquanto ainda analisa a acusação de violação e outras quatro de abuso.
No tribunal, o procurador descreveu Brain como alguém que “abusou da sua posição como líder e sacerdote para agredir sexualmente um número impressionante de mulheres”. Em defesa, o reverendo admitiu contacto sexual com algumas das acusadoras, alegando que foi consensual e parte de uma prática não convencional no grupo, que se considerava “radical e experimental”.
Após o escândalo vir a público em 1995, Brain renunciou ao ministério religioso, após ter sido confrontado com as denúncias de abuso sexual que abalaram a comunidade religiosa e os antigos seguidores.
M.S.
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É chocante como alguém em posição de liderança espiritual pode manipular e abusar da confiança de tantas pessoas vulneráveis. Esse caso mostra o perigo de misturar fé com controle absoluto, especialmente quando há isolamento e lavagem cerebral envolvidos. Espero que as vítimas encontrem justiça e apoio para se recuperar.