Panamá nega alegações dos EUA sobre transito gratuito no Canal
- Monica Stahelin
- 6 de fev.
- 2 min de leitura

O Governo do Panamá desmentiu as alegações dos Estados Unidos, que afirmaram que o país teria permitido que os seus navios governamentais transitassem gratuitamente pelo Canal do Panamá. O Departamento de Estado norte-americano havia comunicado que os seus barcos "podem agora transitar pelo Canal sem custos", o que pouparia milhões de dólares ao governo dos EUA anualmente.
Em resposta às declarações, a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) afirmou que "tem autoridade para definir as taxas e outros custos de transito" e que não havia feito quaisquer alterações nos valores estipulados. A ACP reforçou ainda o seu compromisso de continuar a trabalhar em colaboração com a marinha dos Estados Unidos para otimizar a prioridade de passagem dos navios norte-americanos.
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Contexto político e histórico do Canal do Panamá
O Canal do Panamá, uma das rotas mais importantes do comércio global, liga os oceanos Atlântico e Pacífico, atravessando a nação centro-americana. Desde que os Estados Unidos controlaram a construção e administração da via aquática no início do século XX, o Panamá passou a gerenciar o Canal após a assinatura de um tratado em 1977, que culminou na transferência total de soberania em 1999.
Nos últimos anos, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, expressou repetidamente o desejo de retomar o controle sobre o Canal, o que tem gerado tensão diplomática. Além disso, o Secretário de Estado Marco Rubio, em visita a países da América Latina, instou o Panamá a realizar "mudanças imediatas" em relação à influência da China sobre o Canal, uma acusação rejeitada pelo presidente do Panamá, José Raúl Mulino.
O impacto da questão na relação EUA-Panamá
Embora o Panamá tenha reafirmado a sua independência na gestão do Canal e refutado alegações de envolvimento de qualquer país externo, como a China, o assunto continua a gerar controvérsias. Em 2024, 52% das travessias pelo Canal envolviam portos dos Estados Unidos, o que sublinha a importância estratégica da via para o comércio norte-americano.
O Panamá, por sua vez, destacou que a administração do Canal permanece exclusivamente em suas mãos, refutando as sugestões de que o país teria "quebrado" acordos de neutralidade e independência.
M.S.
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