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Arcebispo de York rejeita solução rápida de Farage para migração


O arcebispo de York, Stephen Cottrell
Arcebispo de York rejeita solução rápida de Farage para migração © Jonathan Brady/PA

O arcebispo de York, Stephen Cottrell, actualmente a figura mais sénior da Igreja de Inglaterra, acusou Nigel Farage, líder do Reform UK, de adoptar uma resposta “isolacionista e instintiva” perante a crise dos pequenos barcos migratórios que tentam atravessar o Canal da Mancha.


Farage, conhecido pela sua postura firme sobre imigração, prometeu deportações em massa caso venha a formar governo, propondo a expulsão de até 600 mil pessoas nos primeiros cinco anos. Contudo, para Cottrell, esta abordagem simplista não resolve os problemas estruturais que levam milhares de pessoas a arriscar a travessia perigosa para o Reino Unido.


O arcebispo frisou que a deportação em massa não é uma solução viável a longo prazo, uma vez que não aborda as causas profundas da crise migratória, como conflitos internacionais, pobreza e instabilidade política nos países de origem dos migrantes. “Se pensam que esta é a solução, vão descobrir que tudo o que fizeram foi agravar o problema”, afirmou durante uma entrevista ao programa Sunday Morning da Sky. Segundo Cottrell, medidas meramente punitivas apenas transferem a crise para outras regiões e não contribuem para uma solução eficaz e humana.


Falta de propostas para os desafios globais

Stephen Cottrell sublinhou que Nigel Farage não apresentou alternativas que possam responder aos “grandes desafios” que estão na raiz da crise migratória actual. “Ele diz as coisas que diz, mas não oferece nenhuma solução a longo prazo para os problemas que estão a convulsionar o mundo e a empurrar as pessoas para estas viagens arriscadas”, criticou. O arcebispo apelou a uma abordagem mais compreensiva e global, que envolva cooperação internacional e políticas que abordem as causas da migração forçada.


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A posição do líder do Reform UK tem gerado controvérsia e fortes críticas por parte de organizações de direitos humanos, grupos de refugiados e vários políticos, que consideram as suas propostas desumanas e ineficazes. Farage, após ter afirmado inicialmente que mulheres e crianças seriam incluídas nos planos de deportação, recuou e declarou que a prioridade seria a expulsão de “homens ilegais”, tentando minimizar o impacto sobre os grupos mais vulneráveis.


Além das deportações, o plano de Farage inclui negociações para estabelecer acordos de repatriamento com países como o Irão e o Afeganistão, actualmente governado pelos talibãs, uma estratégia que tem sido recebida com ceticismo e preocupação devido à situação instável nesses locais. O debate em torno destas medidas promete ser central nas próximas eleições, com o tema da imigração a permanecer no epicentro das discussões políticas no Reino Unido.


M.S.


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