Agente penal detido após disparo que feriu entregador no Rio de Janeiro
- Monica Stahelin
- há 10 horas
- 2 min de leitura

O disparo foi alegadamente acidental, mas o delegado afirma risco assumido pelo agente.
O agente penal José Rodrigo da Silva Ferrarini, que disparou contra o entregador Valério Júnior na última sexta-feira (29), foi preso no domingo (31). À polícia, Ferrarini alegou que o disparo foi acidental, versão que manteve antes e depois da prisão, segundo o delegado Marcos Buss, da 32.ª DP (Taquara). No entanto, o delegado reforçou que uma pessoa que aponta uma arma e puxa o gatilho assume o risco de causar a morte.
Antes da repercussão do caso, Ferrarini procurou a polícia para relatar o ocorrido, admitindo ter discutido com o entregador após este se recusar a levar o pedido até a sua casa. Segundo o agente, a arma disparou acidentalmente e atingiu o motoboy.

Inicialmente, Ferrarini foi liberado após o depoimento, mas com a divulgação das imagens, a prisão preventiva foi requerida e posteriormente mantida durante audiência de custódia. O agente foi encaminhado ao Presídio Constantino Cokotós, em Niterói, destinado a policiais presos.
Reações e protestos após o incidente
A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) anunciou o afastamento de Ferrarini por 90 dias, classificando a conduta do servidor como “abominável”. A secretária Maria Rosa Nebel declarou que a Polícia Penal não compactua com atitudes desse tipo e que a corregedoria acompanha o caso em conjunto com a polícia. Um processo administrativo disciplinar foi instaurado contra o agente.
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O incidente ocorreu numa rua próxima à fábrica Merck, quando o entregador, após recusar subir até o apartamento para entregar o pedido, foi abordado pelo agente penal. Imagens mostram Ferrarini a disparar contra o pé direito de Valério, que pediu ajuda em seguida. O entregador recebeu atendimento médico de emergência e foi liberado com o projétil alojado.
Os entregadores manifestaram-se em protesto na porta do condomínio, indignados pelo fato de o atirador ter sido inicialmente ouvido e liberado. O iFood, plataforma para a qual Valério trabalha, reforçou que não obriga os entregadores a subirem até as portas dos apartamentos e condenou qualquer tipo de violência contra os parceiros. A empresa disponibilizou apoio jurídico e psicológico ao entregador, destacando ainda a campanha “Bora Descer”, que incentiva os clientes a receberem os pedidos na portaria para proteger os entregadores.
M.S.
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As pessoas que possuem porte de arma se acham os donos do mundo, isso é muito perigoso. E depois de tudo o que aconteceu a polícia ter libertado o acusado inicialmente foi um absurdo.