Funcionários regressam de férias e encontram fábrica fechada
- Monica Stahelin
- há 10 horas
- 2 min de leitura

Na manhã desta segunda-feira, cerca de 80 trabalhadores da fábrica de calçado YFF II - Young Fashion Footwear, localizada em Pindelo, Oliveira de Azeméis, regressaram de férias e depararam-se com as portas da empresa encerradas. Um aviso afixado na entrada limitava-se a informar que a unidade estaria fechada “até novas ordens”, situação que apanhou todos de surpresa e gerou uma forte indignação entre os funcionários.
A ausência de qualquer contacto prévio ou esclarecimento por parte da administração contribuiu para o sentimento de revolta e incerteza. Muitos trabalhadores descrevem a situação como “desumana” e sentem-se “enganados” face à falta de informação e à súbita interrupção das suas atividades laborais.
Dívidas salariais e promessas incumpridas
Além do choque causado pelo encerramento inesperado, os trabalhadores afirmam que continuam sem receber salários e subsídios em atraso. Estão em dívida o pagamento do mês de julho, o subsídio de férias e o salário do mês de agosto, agravando a situação financeira das famílias afectadas. Segundo relatos recolhidos, nos dias que antecederam o encerramento, os operários mantinham-se empenhados no trabalho, chegando mesmo a realizar horas extra para cumprir prazos.
“Fomos avisados de que o pagamento seria efectuado uma semana depois, mas isso nunca aconteceu”, afirmou um dos trabalhadores. Este incumprimento contribuiu para o aumento da desconfiança e do desconforto entre os funcionários, que se vêem agora numa situação precária, sem garantias sobre a continuidade dos seus postos de trabalho.
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Futuro incerto e falta de respostas claras
O futuro da fábrica e dos empregos está a ser marcado pela indefinição. Numa carta entregue aos trabalhadores, a administração explicou que, por “motivos económico-financeiros”, não será possível liquidar as dívidas no prazo legal de 15 dias. A mesma carta refere que não existe uma data previsível para a regularização dos valores em atraso, o que aumenta a ansiedade dos funcionários.
Apesar da disponibilidade manifestada pela empresa para prestar “esclarecimentos necessários”, a única resposta concreta que os trabalhadores receberam foi a necessidade de aguardar pelo desenrolar dos acontecimentos. Esta falta de certezas sobre o destino da YFF II e o eventual recurso a processos como a insolvência tem alimentado preocupações não só a nível económico, mas também social, numa região onde o sector do calçado representa uma importante fonte de emprego.
Os sindicatos locais já foram alertados para a situação e acompanham de perto o desenrolar dos factos, enquanto os trabalhadores esperam por um desfecho que lhes permita recuperar os seus direitos e assegurar a estabilidade laboral.
M.S.
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É realmente revoltante ver como esses trabalhadores foram tratados com tanta falta de consideração. O mínimo esperado seria uma comunicação clara da empresa, principalmente em momentos tão críticos. A situação parece um completo descaso com quem realmente faz a roda girar.