Porta-voz militar do Hamas morto em ataque aéreo israelita, afirma Israel
- Monica Stahelin
- há 15 horas
- 3 min de leitura
Governo israelita confirma a morte de Abu Obeida durante bombardeamento em Gaza; Hamas ainda não se pronunciou oficialmente.
Ataque em bairro densamente povoado causa múltiplas vítimas
O Ministério da Defesa de Israel anunciou a morte de Abu Obeida, o porta-voz da ala armada do Hamas, na sequência de um ataque aéreo levado a cabo em Gaza. A operação, segundo as autoridades israelitas, foi executada de forma "impecável" pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) e pelo serviço de segurança interna, Shin Bet.
O ataque ocorreu no sábado, no bairro de al-Rimal, uma das zonas mais densamente povoadas da Cidade de Gaza. De acordo com relatos de jornalistas locais, pelo menos sete pessoas perderam a vida e cerca de vinte ficaram feridas, incluindo crianças.
Segundo a BBC, o edifício visado era um bloco residencial de seis andares, onde cinco mísseis atingiram em simultâneo os pisos intermédios, destruindo completamente a área onde, segundo o exército israelita, Abu Obeida se escondia. O apartamento funcionava também como consultório dentário. Testemunhas relataram ter visto grandes quantias de dinheiro lançadas ao ar após as explosões, algumas das quais terão sido saqueadas por civis, mas posteriormente recuperadas pelo Hamas.
Figura simbólica do Hamas alvo de operação planeada
Num comunicado conjunto, as IDF e o Shin Bet indicaram que a operação foi possível graças a informações de inteligência recolhidas previamente. Abu Obeida era considerado uma das últimas figuras seniores da ala militar do Hamas ainda em actividade desde o ataque de 7 de Outubro de 2023 contra o sul de Israel.
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Reconhecido pelas suas aparições públicas sempre mascarado com um lenço palestiniano, Obeida era o rosto das Brigadas al-Qassam e uma figura simbólica para apoiantes do Hamas em várias partes do Médio Oriente. Na sexta-feira, terá feito a sua última intervenção, advertindo Israel de que os reféns israelitas teriam o mesmo destino que os combatentes do Hamas, numa referência ao plano israelita de invadir Gaza.
O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, afirmou no domingo que outros elementos do Hamas serão igualmente visados, numa fase de intensificação da campanha militar. O governo israelita já aprovou um plano para assumir controlo total da Cidade de Gaza, com o objectivo de encerrar o conflito.
Ofensiva militar levanta receios internacionais
A ofensiva israelita começou após o ataque de 7 de Outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 sequestradas. Desde então, mais de 63 mil palestinianos terão morrido, segundo o ministério da Saúde em Gaza, controlado pelo Hamas.
A comunidade internacional, incluindo a ONU, tem manifestado preocupação com os efeitos devastadores de uma ocupação completa da cidade, alertando para possíveis consequências “catastróficas” tanto para os civis palestinos quanto para os reféns israelenses. O Reino Unido já classificou o plano de Israel como “um erro grave”.
Na Cidade de Gaza, mais de 90% das residências foram destruídas ou gravemente danificadas, e os serviços de saúde, abastecimento de água e saneamento entraram em colapso. Apesar de a ofensiva terrestre ainda não ter sido oficialmente iniciada, os bombardeios aéreos continuam a causar mortes e destruição em uma população já profundamente abalada pela guerra.
M.S.
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