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Paradas do Orgulho no Reino Unido Proíbem Partidos Políticos de Participar

Pessoas no desfile da parada do orgulho seguram balões que formam a palavra 'proud'
Paradas do Orgulho no Reino Unido Proíbem Partidos Políticos de Participar © Getty Images Europe

Os organizadores de quatro das maiores paradas do Orgulho no Reino Unido, incluindo Birmingham, Brighton, Londres e Manchester, anunciaram ontem que os partidos políticos serão proibidos de marchar ao lado da comunidade LGBTQ+ durante os eventos deste verão.


A decisão foi tomada em solidariedade com as pessoas trans, que, segundo os organizadores, têm sido "abandonadas" pelo sistema político.


O anúncio ocorre na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal do Reino Unido, que, no mês passado, definiu que o termo "mulher" na legislação de igualdade deve ser entendido com base no "sexo biológico". A poucos dias dessa decisão, o gabinete do Primeiro-Ministro, Keir Starmer, confirmou que este não considera as mulheres trans como mulheres.


Decisão do Supremo Tribunal e a Exclusão das Mulheres Trans

Em resposta à decisão do Supremo Tribunal, os grupos organizadores do Orgulho, incluindo a maior marcha do Reino Unido, o "Pride in London", declararam que estão a recusar dar visibilidade a partidos que não protegeram os direitos da comunidade LGBTQ+.


Em uma declaração conjunta, os organizadores destacaram: 'A recente decisão do Supremo Tribunal do Reino Unido, que exclui as mulheres trans da definição de 'mulher', reforça a necessidade urgente de uma ação imediata. Neste momento, escolhemos estar mais firmes, mais audaciosos e mais orgulhosos na exigência de mudanças que protejam e promovam a vida das pessoas trans."


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Protesto Global e o Retrocesso nos Direitos Trans

Os organizadores também apontaram que a decisão do Supremo Tribunal é parte de uma "tendência global preocupante" de retrocesso nos direitos das pessoas trans. Eles citaram, como exemplos, a proibição de eventos de Orgulho na Hungria e o aumento de leis em estados dos EUA que restringem os cuidados de saúde para jovens trans e proíbem a participação de jovens trans em desportos.


Afirmaram ainda: "O Reino Unido não deve seguir esse caminho de retrocesso. Pelo contrário, deve levantar-se como um líder global em direitos humanos e igualdade."


Os organizadores do Orgulho também exigiram "compromissos reais e progressos mensuráveis", lembrando que o movimento do Orgulho nasceu da protesto e desobediência civil. "Para avançarmos, precisamos de mais do que promessas. Precisamos que todos os partidos políticos se posicionem inequivocamente ao lado de cada membro da comunidade LGBTQ+ e coloquem as vozes das pessoas trans no centro das políticas, práticas e da vida pública."


Vários líderes políticos, incluindo Sir Keir Starmer, o ex-líder conservador Boris Johnson, o líder dos Liberal Democratas Sir Ed Davey e Carla Denyer, co-líder do Partido Verde, já participaram de paradas do Orgulho.


A ala queer dos Liberal Democratas, LGBT+ Liberal Democrats, expressou a sua discordância com a decisão dos organizadores, afirmando que "o Orgulho é um protesto" e que entende as frustrações dos organizadores em relação às atitudes dos partidos Labour e Conservador em relação aos direitos LGBTQ+, especialmente no que diz respeito às pessoas trans. No entanto, a ala queer da formação política demonstrou desagrado por ser igualmente incluída na suspensão geral da participação dos partidos políticos.


Jane Fae, diretora da TransActual, afirmou ao 'Metro': 'É lamentável ver os partidos políticos sendo excluídos do Orgulho. Dito isto, há um argumento forte de que isto já era tarde demais. A história do Orgulho está enraizada no protesto e na desobediência civil, e não em 'fazer as pazes' com políticos populistas."


O Declínio dos Direitos LGBTQ+ no Reino Unido

A classificação do Reino Unido no que respeita à aceitação e direitos das pessoas LGBTQ+ também caiu, passando de 1.º para o 16.º lugar, entre 49 países, na última atualização do "Rainbow Map", criado pela ILGA Europe. O declínio foi atribuído, entre outras razões, às restrições nos cuidados de saúde para jovens trans e ao aumento dos crimes de ódio transfóbico no país.


M.S.


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