Voo de repatriação: Brasileiros deportados dos EUA chegam a Fortaleza hoje
- Monica Stahelin
- 7 de fev.
- 2 min de leitura

Um novo voo com brasileiros deportados dos Estados Unidos está previsto para chegar em Fortaleza, no Ceará, nesta sexta-feira (7). A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), um Boeing KC-390 Millennium, tem como destino a Base Aérea de Fortaleza, marcando o retorno de um grupo de cidadãos brasileiros que, por diversas razões, foram repatriados pelas autoridades americanas. Este procedimento de repatriação se intensificou nos últimos tempos, refletindo o aumento no número de deportações de brasileiros, resultado de políticas imigratórias mais rígidas adotadas pelo governo dos Estados Unidos.
O governo brasileiro, por meio de uma nota oficial divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE), confirmou a operação e assegurou que o Itamaraty está diretamente envolvido no apoio logístico e diplomático, assistindo os deportados durante o processo e facilitando os trâmites burocráticos necessários para o retorno ao Brasil.
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O voo partirá de Alexandria, na Louisiana, e, antes de seguir para Fortaleza, fará uma parada técnica em Porto Rico. Após o pouso em Fortaleza, o grupo de repatriados será encaminhado para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, Minas Gerais, que será o destino final da operação. Durante todo o processo, um diplomata do Consulado-Geral do Brasil em Houston acompanhará os deportados, conforme determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem se mostrado atento às condições dos cidadãos brasileiros durante esse tipo de repatriação.
Críticas às práticas de deportação e posicionamento do MRE
Este voo representa o segundo grupo de brasileiros a serem deportados para o Brasil desde o início da presidência de Donald Trump, nos Estados Unidos, e faz parte de uma série de medidas mais severas implementadas pelo governo americano, que inclui políticas imigratórias restritivas. Durante as primeiras deportações, a administração Trump implementou uma prática polêmica: algemar todos os deportados durante o retorno ao país, incluindo aqueles que não tinham registros criminais. A prática gerou ampla repercussão internacional e causou indignação entre as autoridades brasileiras, que consideraram essa abordagem como desumana e desproporcional.
Em resposta a essas ações, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil classificou a atitude americana como “inaceitável” e afirmou que os cidadãos brasileiros haviam sido tratados de forma “degradante”, contrariando um acordo bilateral firmado entre Brasil e Estados Unidos em 2018, que visava garantir condições mais humanas durante o processo de repatriação. A posição do governo brasileiro foi contundente, exigindo respeito aos direitos dos deportados, que, segundo a diplomacia brasileira, foram submetidos a um tratamento indigno, que fere os princípios de dignidade humana e de proteção aos direitos fundamentais.
Nos últimos meses, o número de repatriações tem se intensificado, o que reflete um endurecimento nas políticas migratórias dos Estados Unidos, que tem se concentrado em deportações rápidas e em maior escala. No entanto, o governo brasileiro continua a se mobilizar para garantir a segurança e os direitos dos cidadãos repatriados, com o acompanhamento de representantes diplomáticos em cada operação.
M.S.
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