Crise humanitária em Moçambique: 3,4 milhões de crianças em risco
- Beatriz S. Nascimento
- há 6 horas
- 2 min de leitura
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) estima que mais de 3,4 milhões de crianças moçambicanas precisam de apoio humanitário urgente e apelou para o aumento da resposta humanitária às necessidades crescentes no país.
Impacto da violência e das condições climáticas nas crianças moçambicanas
Moçambique enfrenta múltiplos desafios que agravaram ainda mais a crise humanitária. Os conflitos armados na província de Cabo Delgado, no norte do país, e os fenómenos climáticos extremos deixaram o território muito vulnerável, causando surtos de doenças infecciosas, além da destruição de escolas e unidades de saúde.
Cerca de 18 milhões de crianças correm risco de contrair doenças infecciosas e necessitam de vacinação. Além disso, 1,1 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de subnutrição em Moçambique. A situação é agravada pelo facto de 68% da população não ter saneamento básico em casa e 30% não ter acesso a água potável. Apesar de todas estas dificuldades, as crianças continuam a sorrir, afirma a Unicef.
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Corte de financiamento internacional agrava crise humanitária
O Fundo das Nações Unidas para a Infância alertou para uma "emergência infantil" provocada pelo corte do apoio humanitário internacional, com previsão de uma queda de 20% no financiamento ao país em 2026. Em 2025, é necessário aumentar a resposta humanitária para fazer face às crescentes necessidades.
No final de janeiro, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ordenou o congelamento da ajuda externa dos EUA, que é canalizada principalmente através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). Esta decisão afetou especialmente programas de saúde em Moçambique, incluindo a mitigação do HIV/Sida, e causou grande preocupação entre as organizações humanitárias globais que dependem desse financiamento.
A Unicef Portugal lançou um apelo urgente a donativos para apoiar as operações de emergência em Moçambique, com o objetivo de garantir um futuro às crianças e suas famílias. A crise humanitária, provocada pela combinação devastadora de violência armada, pobreza estrutural, desastres naturais e emergências de saúde pública, afeta gravemente a população infantil, estimando-se que 4,8 milhões de pessoas necessitem de ajuda humanitária.
B.N.
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