Fotos Dramáticas Revelam Soldados Russos no Canal da Mancha
- Monica Stahelin
- 6 de mar.
- 3 min de leitura
Imagens dramáticas revelam oficiais navais russos brandindo metralhadoras no Canal da Mancha enquanto escoltavam um navio de carga sancionado através das águas britânicas. As fotografias, tiradas pelo jornal The Times, mostram o pessoal armado a bordo do navio de guerra russo Boikiy, enquanto este escoltava o cargueiro Baltic Leader numa viagem da Síria até à Rússia.
O Baltic Leader, que foi sancionado pelos Estados Unidos em 2022, estava alegadamente a transportar material militar de uma base naval russa em Tartus, na Síria, para as linhas de frente na Ucrânia. Esta é a mais recente de uma série de remessas de armas entre a Síria e a Rússia, que têm cruzado as águas britânicas nos últimos anos, enquanto o Kremlin tenta mover munições do Médio Oriente para o conflito na Ucrânia.
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Desde a queda do governo de Bashar al-Assad, a Rússia tem procurado retirar o seu equipamento militar da Síria, com os frequentes embarques entre os dois países sendo apelidados de "Expresso Sírio". Embora não seja conhecido o que exatamente está a bordo do Baltic Leader, imagens de satélite mostram canhões de artilharia pesada no cais, esperando para ser transportados, juntamente com veículos e contentores de carga.
HMS Somerset monitora movimentos russos nas águas britânicas
Por outro lado, membros da tripulação do navio de guerra acompanhante foram vistos a queimar papéis e a operar as metralhadoras do navio, de acordo com o The Times.
O HMS Somerset, que já tinha realizado operações semelhantes com navios russos no passado, "observou cada movimento" enquanto seguia o navio de guerra Boikiy através das águas britânicas, anunciou a Marinha Real. O comandante Joel Roberts, do HMS Somerset, afirmou:
"O Somerset tem experiência na escolta de navios russos, tendo conduzido essas operações em várias ocasiões. A tripulação demonstrou grande profissionalismo ao permanecer vigilante enquanto operava em águas do Reino Unido e integrava-se com os nossos aliados da NATO para monitorizar a atividade russa em torno da Europa."
Joseph Byrne, analista sénior no Open Source Centre, explicou ao The Times:
"Embora não seja claro qual o tipo de carga que o navio está a carregar, Tartus é um porto onde a Rússia tem armazenado o seu equipamento militar, provavelmente à espera de transporte. Desde meados de fevereiro, vimos vários navios de carga russos partirem da Síria, passando pelo Mediterrâneo e pelo Canal da Mancha. Eles apresentaram padrões de navegação bastante semelhantes, incluindo desligar os transponders ao entrar nas águas e portos sírios, não divulgar os seus destinos finais e parecerem navegar pelo Canal com uma escolta militar para proteção."
Crescente agressão russa e aumento de tensões no Mar do Norte
Este incidente é o segundo em que o HMS Somerset é utilizado para monitorizar atividades russas na costa britânica este ano, após o navio espião russo Yantar ter sido acusado de recolher informações e mapear a infraestrutura subaquática do Reino Unido em janeiro.
O secretário de Defesa, John Healey, afirmou aos deputados que o incidente com o Yantar era "mais um exemplo da crescente agressão russa", embora as suas alegações tenham sido descartadas como "absolutamente infundadas" pela Embaixada da Rússia em Londres.
Este episódio ocorre no mesmo dia em que Vladimir Putin lançou o seu mais recente ataque com mísseis na cidade natal de Volodymyr Zelensky, Kryvyi Rih, na noite de quarta-feira, apenas 24 horas após o governo dos Estados Unidos ter suspendido a ajuda militar e a inteligência para a Ucrânia. O ataque resultou em quatro mortos e 29 feridos, incluindo uma criança. Pelo menos 20 vítimas estão em "condições graves" e lutam pela vida nos hospitais.
M.S.
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