top of page

Mais de 1.500 deslocados em Niassa após novos ataques insurgentes

Pessoas sentadas na sombra embaixo de uma grande árvore
Mais de 1.500 deslocados em Niassa após novos ataques insurgentes © WFP/Grant Lee Neuenburg/Handout/EPA

Mais de 1.500 pessoas foram forçadas a abandonar as localidades de Mbamba e Macalange, no norte de Moçambique, na sequência de ataques de supostos insurgentes registados desde o final de abril na Reserva Especial do Niassa.


A informação foi avançada esta quarta-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), que alerta para necessidades humanitárias urgentes entre os deslocados.


Segundo o relatório da OIM, um total de 1.537 deslocados procurou refúgio na sede distrital de Mecula, com a maioria a ser acolhida por familiares e membros da comunidade. Para responder à situação de emergência, o Serviço Distrital de Planeamento e Infraestruturas (SDPI) transformou a Escola Básica 16 de Junho num centro de trânsito, onde estão atualmente abrigadas 119 famílias, representando 458 pessoas.


Situação humanitária exige resposta urgente

A agência das Nações Unidas identificou a necessidade de assistência alimentar, apoio psicossocial, tendas familiares e kits de higiene e dignidade, com ênfase na melhoria das condições de saneamento. Os restantes deslocados, cerca de 1.079 pessoas, encontram-se alojados em casas de familiares.


Publicidade


A violência registada nos últimos dias surge após relatos de novos ataques por grupos armados não estatais na área protegida do Niassa, contígua à província de Cabo Delgado, onde desde 2017 se regista uma insurgência associada a extremismo islâmico. Segundo a Polícia da República de Moçambique (PRM), um ataque ocorrido a 29 de abril numa coutada de caça da Reserva Especial do Niassa provocou dois mortos e dois desaparecidos. As autoridades continuam no terreno a recolher informações.


Presença terrorista confirmada na reserva

O ataque mais recente terá visado o acampamento de Mariri, localizado numa das coutadas da Reserva, que abrange cerca de 42 mil quilómetros quadrados em oito distritos das províncias de Niassa e Cabo Delgado. Trata-se do segundo incidente registado na zona em menos de uma semana, depois de movimentações suspeitas no dia 24 de abril.


O ministro da Defesa moçambicano, Cristóvão Chume, confirmou a presença de grupos terroristas na reserva, assegurando que estão a ser tomadas medidas para neutralizar as ameaças. Também os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos emitiram alertas aos seus cidadãos, recomendando a reavaliação de viagens a determinadas áreas da província.


A província vizinha de Cabo Delgado continua a ser o epicentro da violência armada em Moçambique. De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos de África, só em 2024 pelo menos 349 pessoas foram mortas em ataques de grupos extremistas islâmicos na região, representando um aumento de 36% face ao ano anterior.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

Comments


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page