Parent Pact: Mais de 100 mil pais dizem 'não' aos smartphones
- Beatriz S. Nascimento
- 15 de mar.
- 3 min de leitura

O Parent Pact é uma campanha lançada pela organização Smartphone Free Childhood, que recentemente alcançou um marco significativo: mais de 100.000 assinaturas. A iniciativa pede aos pais que se comprometam a adiar a entrega de smartphones aos seus filhos até os 14 anos e a restringir o acesso às redes sociais até os 16 anos.
A campanha, que foi lançada há apenas seis meses, tem recebido apoio de figuras públicas como o ex-futebolista Jamie Redknapp, o actor Benedict Cumberbatch e as cantoras Rachel Stevens e Paloma Faith. O seu apoio tem contribuído para o crescimento da campanha, com 103.889 pais e 11.269 escolas em todo o Reino Unido a aderirem ao movimento. A campanha tem conseguido um apoio alargado dos pais, com 40% das escolas envolvidas, à medida que a organização defende o adiamento do acesso aos smartphones.
Impactos do uso precoce de smartphones e a adesão crescente dos pais
A motivação por trás do Parent Pact vem das preocupações sobre os impactos negativos do uso precoce de smartphones. Um relatório da Comissão de Educação destacou que quase todas as crianças têm acesso a um smartphone aos 12 anos, e números alarmantes indicam que 79% das crianças são expostas a ‘pornografia violenta’ antes dos 18 anos.
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Daisy Greenwell, cofundadora e directora da Smartphone Free Childhood, sublinhou o carácter de base da campanha e afirmou que o crescente envolvimento dos pais tem feito com que os políticos fiquem mais atentos à causa. Com mais de 60.000 cartas enviadas aos deputados nos últimos seis meses, o tema tem recebido uma atenção política considerável.
Legislação em andamento para proteger crianças online
O governo britânico tem reconhecido estas preocupações, com recentes movimentos legislativos para proteger as crianças do conteúdo digital nocivo. A deputada do Partido Trabalhista Katie White mencionou que o seu gabinete recebeu uma quantidade significativa de correspondência dos seus eleitores sobre o tema, destacando a sua relevância.
Além disso, o deputado do Partido Trabalhista Josh MacAlister apresentou o Protection of Children (Digital Safety and Data Protection) Bill, que visa fortalecer as proteções para as crianças online, incluindo propostas para aumentar a idade de consentimento digital e regular o design de aplicativos direcionados para crianças. Apesar de algumas alterações no projeto de lei, este reflete os esforços contínuos para lidar com questões de segurança digital para os jovens.
O governo também encomendou um estudo sobre os efeitos do uso de smartphones e redes sociais, enquanto a futura Lei de Segurança Online obrigará as plataformas de redes sociais a adotar práticas que garantam a segurança dos jovens utilizadores. A lei inclui disposições para combater danos online, como o ‘cyber-flashing’ e o conteúdo deepfake.
Apoio governamental e mudanças nas escolas
A Secretária de Estado da Educação, Bridget Phillipson, expressou forte apoio à proibição de smartphones nas escolas, descrevendo-os como distrativos e prejudiciais ao comportamento dos estudantes. Como parte da estratégia do governo para enfrentar esses desafios, ela confirmou que as escolas têm total apoio para remover os telemóveis das salas de aula.
O Parent Pact continua a ganhar força, com o grande número de apoiantes demonstrando uma crescente demanda pública por uma melhor regulamentação e maior controlo sobre o acesso digital das crianças.
B.N.
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