Crise de combustível em Pemba: milhares enfrentam longas filas
- Monica Stahelin
- 19 de mar.
- 2 min de leitura

Nos últimos dias, milhares de moçambicanos têm-se aglomerado nos postos de abastecimento da cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, em busca de gasolina e gasóleo. A escassez de combustíveis tem levado a filas longas e ao aumento da especulação nos preços dos transportes.
Desde o dia 13 de março, a situação tem-se agravado, com as filas a aumentarem e os clientes a aguardarem por horas para abastecer os seus veículos e bidões. Em alguns casos, as pessoas chegam a esperar mais de cinco horas para conseguir combustível. A petrolífera estatal Petromoc explicou que a escassez é consequência do corte na via entre as províncias de Nampula e Cabo Delgado devido aos danos causados pelo recente ciclone Jude, além da capacidade de armazenamento limitada na região.
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Apelos por uma Solução Rápida
Momade Abdala, um moto-taxista de 33 anos, relatou que estava na fila desde as 06h00 da manhã, mas ainda não havia conseguido abastecer até o meio da manhã.
“O meu serviço somente é esse só, para poder comer é andar na estrada. Então, não posso sair daqui sem conseguir combustível”, disse.
Abdala fez um apelo urgente para que a situação fosse resolvida, destacando a contradição de Cabo Delgado ser a principal província produtora de hidrocarbonetos, mas ainda assim enfrentar uma crise de combustível.
“Com todos os nossos recursos minerais, que temos em Cabo Delgado, sofremos. Não somos italianos ou americanos, não faz sentido nós sofrermos enquanto a riqueza é nossa”, afirmou.
A crise de combustível na província levou à especulação nos preços dos transportes urbanos. Os transportadores de passageiros de Pemba aumentaram as tarifas, o que gerou protestos entre os cidadãos. Contudo, a autarquia de Pemba interveio para travar esse aumento de preços, afirmando que, apesar da escassez de combustível, não houve alteração nos preços de venda que justificasse o aumento nas tarifas de transporte.
O Desafio de Garantir o Abastecimento
Mahando Falume, de 53 anos, também se encontrava numa das longas filas, com combustível suficiente para apenas dois ou três dias. No entanto, o receio de ficar sem combustível antes do reabastecimento da província o levou a esperar várias horas para garantir que o seu veículo fosse novamente abastecido. “Tenho de acrescentar, para poder andar”, explicou Falume.
A crise de abastecimento de combustível continua a afetar a vida dos habitantes de Pemba, colocando em risco o transporte e outras atividades essenciais na região. A resolução do problema torna-se urgente para evitar um colapso nas infraestruturas e nas economias locais, especialmente em uma província rica em recursos naturais como o gás natural.
M.S.
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