Político ucraniano pró-Rússia é assassinado a tiros na Espanha
- Monica Stahelin
- há 4 horas
- 3 min de leitura
Andriy Portnov, de 51 anos, antigo assessor de Viktor Yanukovych, ex-presidente da Ucrânia, foi morto a tiros na manhã de quarta-feira (21 de maio) em Pozuelo de Alarcón, na região de Madrid.
A vítima foi abordada por vários homens enquanto se preparava para entrar no seu carro, após ter deixado os filhos na escola. O ataque ocorreu por volta das 9h15 locais, quando Portnov foi atingido por pelo menos três disparos, sendo dois na cabeça e um nas costas. Depois do crime, os suspeitos evadiram-se, e as autoridades espanholas iniciaram uma investigação sobre o ocorrido.
Portnov, identificado por seu apoio à Rússia, foi um dos principais conselheiros de Yanukovych, que ocupou a presidência da Ucrânia entre 2010 e 2014. O ex-assessor de Yanukovych era um crítico contundente do atual presidente ucraniano, Volodimir Zelenski. Durante o governo de Yanukovych, Portnov teve um papel relevante na resposta do regime ao levante popular que resultou nos protestos de Maidan em 2014, os quais culminaram na destituição de Yanukovych após meses de manifestações contra a aproximação da Ucrânia com a Rússia.
Ligação com a corrupção e sanções internacionais
Portnov, licenciado em Direito, foi investigado por corrupção e violações de direitos humanos, o que levou à imposição de sanções pela União Europeia e pelos Estados Unidos. Em 2014, a UE incluiu Portnov na lista de indivíduos sancionados por envolvimento em práticas corruptas e por minar os direitos humanos durante a gestão de Yanukovych. No entanto, o político ucraniano foi removido dessa lista em 2015, após decisão do Tribunal de Justiça Europeu. Em 2021, os Estados Unidos impuseram novas sanções contra ele, acusando-o de corromper o sistema judiciário ucraniano.
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Um histórico de envolvimento político e exílio na Rússia
Após a fuga de Yanukovych e outros membros do governo ucraniano para a Rússia, em 2014, Portnov passou a viver em Viena. O ex-assessor manteve relações com a Ucrânia, tendo retornado ao país em 2019. Apesar da sua ligação com o regime de Putin, Portnov continuou a ser uma figura controversa na política ucraniana e esteve envolvido em disputas jurídicas relacionadas à anexação da Crimeia pela Rússia. Em 2021, ele foi novamente sancionado pelos EUA, devido às suas alegadas ações para minar as reformas judiciais na Ucrânia.
Uma série de crimes ligados à Ucrânia e Rússia na Espanha
A morte de Portnov é apenas mais um episódio de uma série de crimes de alto perfil ligados à Ucrânia e à Rússia na Espanha, especialmente desde a invasão russa à Ucrânia em fevereiro de 2022. Em 2022, o país foi cenário de ataques a alvos associados aos dois países, incluindo cartas-bomba enviadas a várias embaixadas e alvos governamentais. Em fevereiro de 2024, outro incidente de grande destaque envolveu a morte de um piloto russo que havia desertado para a Ucrânia. O caso de Portnov coloca em evidência a crescente tensão entre as comunidades ucraniana e russa na Europa, especialmente em territórios como a Espanha, onde muitos expatriados de ambos os lados vivem.
As autoridades espanholas continuam a investigar as circunstâncias do assassinato e tentam identificar os responsáveis pelo crime, que, segundo alguns analistas, pode estar relacionado com o contexto político e as tensões atuais entre a Rússia e a Ucrânia.
M.S.
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