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Daniel Chapo Assume Presidência de Moçambique em Meio a Protestos

Atualizado: 16 de jan.

Daniel Chapo
Daniel Chapo Assume Presidência de Moçambique em Meio a Protestos © Lusa / Nhantumbo

Daniel Francisco Chapo, o novo Presidente de Moçambique, tomou posse esta quarta-feira, 15 de janeiro de 2025, tornando-se o primeiro chefe de Estado nascido após a independência do país, que ocorreu em 1975. Chapo, de 48 anos, assume o cargo no contexto de uma das maiores contestações aos resultados eleitorais da história do país.


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Natural de Inhaminga, na província de Sofala, Daniel Chapo formou-se em Direito pela Universidade Eduardo Mondlane em 2000. Com uma carreira que inclui funções como locutor de rádio, docente universitário e administrador, Chapo foi eleito candidato à Presidência pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) em maio de 2024, sucedendo Filipe Nyusi, impedido constitucionalmente de concorrer a um novo mandato.


Nas eleições gerais de outubro de 2024, o novo Presidente obteve 65,17% dos votos, conforme proclamado pelo Conselho Constitucional em 23 de dezembro. Contudo, a sua vitória tem sido amplamente contestada, com manifestações e protestos a marcar o cenário político do país desde o anúncio dos resultados. As contestações, principalmente por parte de grupos de jovens, criticam não só os resultados eleitorais, como também a governação de 50 anos da Frelimo, com questões como o desemprego, a baixa escolaridade e as promessas não cumpridas a alimentarem a insatisfação popular.


Desde a confirmação da vitória de Chapo, pelo menos 300 pessoas morreram em confrontos entre a polícia e manifestantes, com mais de 600 feridos, conforme dados da Plataforma Eleitoral Decide. Os protestos, convocados por Venâncio Mondlane, candidato derrotado pelo Partido Otimista, têm sido amplamente apoiados por jovens que questionam a liderança da Frelimo e exigem mudança.


Em seu discurso de posse, Chapo afirmou que a sua prioridade será enfrentar a burocracia e a corrupção, prometendo uma gestão mais eficiente do país. A sua proposta para o desenvolvimento de Moçambique inclui o fomento da agricultura e a atração de indústrias para o país, com o objetivo de criar mais empregos para a juventude, que representa um terço da população moçambicana.


Apesar do clima de contestação e agitação nas ruas, Chapo apelou à unidade e à harmonia nacional, destacando que o povo moçambicano é "forte e resiliente" e que, juntos, será possível superar as adversidades. O novo Presidente promete trabalhar para transformar Moçambique na "pérola do Índico" que sempre sonhou, com a intenção de escrever um novo capítulo na história do país.


A contestação e os protestos, contudo, indicam que o caminho de Chapo à frente do país será marcado por desafios consideráveis, sobretudo em termos de reconciliar as várias camadas da sociedade moçambicana e garantir que as promessas de mudança se concretizem de forma eficaz e inclusiva.


M.S.

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