top of page

Encontro entre RDC e M23 adiado por "motivos de força maior"

Mastros com bandeiras
Encontro entre RDC e M23 adiado por "motivos de força maior" © Borralho Ndomba/DW

O Ministério das Relações Exteriores de Angola anunciou, na tarde desta terça-feira (18), o adiamento do encontro agendado entre uma delegação da República Democrática do Congo (RDC) e os rebeldes do M23, que se realizaria em Luanda. O Governo angolano, através de um comunicado oficial, informou que a reunião foi adiada por "motivos e circunstâncias de força maior", sem fornecer maiores detalhes sobre as causas do adiamento.


O encontro, que tinha como objetivo mediar o diálogo entre o Governo da RDC e os rebeldes do M23, é considerado um passo importante para a paz e a estabilidade na região leste da República Democrática do Congo, marcada por intensos conflitos. A reunião estava prevista para ocorrer em Luanda, com a mediação do Governo angolano, que tem atuado como facilitador nos esforços de pacificação.


Publicidade


Oposição do M23 e sanções internacionais

Embora tanto a Presidência angolana quanto a da RDC tenham reiterado, na segunda-feira, a confirmação da realização do encontro, o grupo rebelde M23, em uma declaração divulgada no final do dia, anunciou que não participaria da reunião. A decisão do M23 foi justificada por uma alegada tentativa de sabotagem dos esforços de paz, que teria sido originada pelas sanções recentemente impostas pela União Europeia. Essas sanções visam uma refinaria em Kigali e incluem a penalização de nove indivíduos, supostamente ligados às recentes ofensivas militares do M23 no leste da RDC.


A decisão de não participar do encontro gerou preocupação, já que o M23 tem sido um dos principais grupos armados envolvidos no conflito no leste da RDC, e seu envolvimento nas negociações de paz é considerado crucial para uma resolução duradoura. O grupo rebelde acusou "instituições internacionais" de tentar minar as negociações e os avanços rumo à paz na região.


Angola reforça o compromisso com a paz e o diálogo

Em resposta ao adiamento e à suspensão da participação do M23, o Ministério das Relações Exteriores de Angola reafirmou, em comunicado, o compromisso do país com a mediação do diálogo entre as partes envolvidas no conflito. O Governo angolano garantiu que continuará a envidar todos os esforços necessários para garantir a realização do encontro, assim que as circunstâncias permitirem. Angola sublinhou que o diálogo é, para o país, a única solução duradoura para a pacificação na região e que o trabalho diplomático continuará a ser uma prioridade.


João Lourenço, presidente de Angola e atual presidente em exercício da União Africana (UA), tem desempenhado um papel central na mediação entre a RDC e outros atores regionais, incluindo o Ruanda. O Governo de Luanda tem procurado reduzir as tensões entre os dois países, uma vez que Ruanda tem sido acusado de apoiar militarmente os rebeldes do M23, exacerbando a instabilidade no leste da RDC.


A União Africana, sob a liderança de João Lourenço, tem trabalhado na promoção da paz e segurança na região dos Grandes Lagos, buscando estabilizar a situação no leste da RDC e promover uma solução pacífica para o conflito, que já dura vários anos e tem causado graves impactos humanitários e sociais na região. O adiamento deste encontro, embora frustrante para as partes envolvidas, reflete a complexidade da situação e a necessidade de diálogo contínuo para alcançar uma paz duradoura.


M.S.


Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal da Globe News

Comments


PODE GOSTAR DE LER...

bottom of page