Esqueletos da Idade do Ferro em posições misteriosas na França
- Beatriz S. Nascimento
- 1 de fev.
- 2 min de leitura
Pesquisadores fizeram uma descoberta surpreendente em um antigo cemitério francês, localizado em Dijon. Durante escavações no jardim do convento Cordeliers, uma série de 13 sepulturas circulares datadas da Segunda Idade do Ferro foi descoberta, revelando esqueletos dispostos de forma peculiar: todos em posição sentada e voltados para o oeste.
Esqueletos dispostos de forma misteriosa
Este tipo de sepultamento gallicano é raro, com apenas oito outros locais conhecidos na França e três na Suíça, de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (INRAP). As sepulturas, com cerca de um metro de diâmetro, formam uma linha de 25 metros, de sul a norte, e cada corpo foi cuidadosamente colocado com as costas voltadas para a parede oriental da sepultura, o que era uma prática comum entre 450 a 25 a.C.
Os esqueletos estavam em posição simétrica, com os braços cruzados sobre o torso e as pernas fortemente dobradas, muitas vezes de forma assimétrica. Nenhum objeto pessoal ou simbólico foi encontrado junto aos corpos, exceto por uma faixa preta que estava presente em todos. Embora os corpos tenham sofrido erosão ao longo dos séculos, os esqueletos permanecem bem preservados, proporcionando aos pesquisadores uma riqueza de informações.
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A razão para esse tipo específico de sepultamento ainda é desconhecida, mas estudos de outros cemitérios galicanos sugerem que os indivíduos enterrados podem ter sido figuras politicamente ou religiosamente importantes. O INRAP destaca que locais semelhantes, com sepulturas de adultos, geralmente estavam localizados perto de residências aristocráticas ou locais de culto, o que pode sugerir o alto status social dos sepultados.
Descoberta de uma necrópole infantil e vestígios de atividades antigas
Além dessa descoberta intrigante, os arqueólogos também encontraram uma necrópole datada do século I d.C., contendo restos mortais de pelo menos 22 crianças. As sepulturas infantis eram típicas da época, com as crianças enterradas de costas ou de lado, e acompanhadas de artefatos como moedas, cerâmicas e outros objetos. Também foram descobertos vestígios de caixões de madeira que já se decomporam.
O local, que antes servia para enterros, foi posteriormente usado para atividades agrícolas e de açougue, como indicam os vestígios de plantação e ossos bovinos encontrados nas proximidades.
Essa fascinante descoberta oferece novas pistas sobre os costumes funerários dos povos da Idade do Ferro e continua a levantar questões sobre o status social e as práticas religiosas da época.
B.N.
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